Até 400 novos casos da doença mortal têm surgido a cada dia, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), sobretudo na península de Kagunga, na Tanzânia, onde dezenas de milhares de burundineses se refugiaram, muitas vezes em péssimas condições.
A decisão tomada no mês passado pelo presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, de concorrer a um terceiro mandato desencadeou protestos e um golpe de Estado fracassado e levou muitos da minoria tutsi a se refugiar na Tanzânia, em Ruanda, Uganda e na República Democrática do Congo.
Opositores acusaram Nkurunziza de romper o limite de dois mandatos previsto na constituição e um acordo que pôs fim à guerra civil de contornos étnicos em 2005. Líderes regionais e doadores ocidentais, temendo que os tumultos possam ressuscitar as divisões étnicas, vêm tentando ansiosamente encerrar o impasse.
Uma autoridade de saúde da Tanzânia disse à Reuters na quarta-feira que pelo menos 33 pessoas morreram de cólera em seu país perto do lago Tanganyika.
(Por Stephanie Nebehay e Goran Tomasevic)