sexta-feira, 15 de maio de 2015

Alunos de Serrinha usam guarda-chuva para não se molhar em sala de aula



Após um encontro com coordenadores da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e diretores escolares para discutir o ‘papel do gestor escolar’, na manhã desta quinta-feira (14), no auditório da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), estudantes de um colégio da rede municipal de ensino, localizado no distrito de Bela Vista, em Serrinha, protestaram de maneira inusitada para cobrar melhorias na unidade.

Alguns alunos assistiram às aulas segurando guarda-chuvas abertos dentro das salas por conta das muitas goteiras na escola. Segundo os alunos, o telhado do local está danificado e quando chove a situação piora, chegando até a faltar energia em algumas situações, como dito por uma estudante.

A cena dos alunos com as sombrinhas foi parar nas redes sociais em uma página criada por uma estudante e ganhou repercussão entre os outros alunos, pais, professores, moradores do município e políticos.

"A secretaria de educação ainda consegue me surpreender com tamanha incompetência e irresponsabilidade com toda a população. Até quando teremos à frente desta secretaria incompetentes que estão preocupados em aparecer do que trabalhar e promover a reforma das escolas municipais?”, questionou a vereadora Edylene Ferreira, presidente da câmara, em sua página no facebook.

Nas imagens, feitas com um aparelho celular e enviadas para o Portal Cleriston Silva - PCS, é possível ver até um professor da turma usando um guarda-chuvas para se proteger. "A situação é grave. Toda vez que chove é isso ai", comenta um aluno.

Além das goteiras, o colégio sofre com a precariedade na estrutura física, banheiros estão com encanamentos à mostra, janelas e portas estão quebradas, fiação elétrica precária.

A ideia de postar imagens de colegas com guarda-chuvas nas salas partiu de uma estudante que pediu para não ser identificada. "Publicamos as imagens na página com o intuito de mostrar nossa situação e ajudar a solucioná-la”, disse a jovem.

O coro dos estudantes é ecoado por trabalhadores da própria escola. "Não temos o mínimo de condições para trabalhar desse jeito. Queremos qualidade, nossos direitos, um local decente", desabafou uma funcionária da escola. Nenhum dos entrevistados quis se identificar temendo represálias.

A equipe de reportagem do PCS tentou falar com algum representante da SEMED, mas não conseguiu.

Matéria    Cleriston Silva PCS