sexta-feira, 21 de agosto de 2015

MAIS CUIDADO COM O PAÍS QUE TEMOS - A carta ou manifesto assinado pelo Movimento Revolucionário apelando aos angolanos a movimentarem-se com vista a solicitarem a destituição de José Eduardo dos Santos é um absurdo e, por conseguinte, não tem como ser bem recebida.








MAIS CUIDADO COM O PAÍS QUE TEMOS


Centenas de angolanos e não só, incluindo o jornal ChelaPress, receberam, durante a semana passada, um suposto manifesto caucionado  pelo Movimento Revolucionário angolano. Em causa está a gestão de José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola, no que respeita à governação do país. Questões relacionadas com a corrupção, ausência de democracia, soberania do país, anulação do angolano como dono do país, são levantadas e atribuídas ao presidente de Angola, eleito nas eleições de 2012.

A carta ou manifesto assinado pelo Movimento Revolucionário apelando aos angolanos a movimentarem-se com vista a solicitarem a destituição de José Eduardo dos Santos é um absurdo e, por conseguinte, não tem como ser bem recebida.

Para além de ser uma carta mal elaborada, sem estrutura credível, com muitos erros gramaticais, denota-se uma elevada desatenção política. São essas desatenções, imbuídas de elevada carga emocional que põem em causa verdadeiros projectos políticos com vista ànormalização e estabilidade do País que passam necessariamente por uma mudança profunda do aparelho do Estado de Angola.

A missão consiste em contribuir, de forma activa, mas ponderada, para que Angola vença as aberrações e os desafios do presente sem perder de vista os rumos do futuro.

O que, como é notório em cartazes das manifestações, leva muita gente a criticamente perguntar: onde está a oposição? A manifestação da juventude visa também responder a essa pergunta e às criticas inerentes, sendo por isso autojustificativo. É natural e não suscita reparo. Já o suscita ser exagerada e injustificadamente autoelogiativa.

A oposição tem que ser mais séria e não expôr a sociedade civil a situações desastrosas e de descontrolo.



Francisco Rasgado

Jornal ChelaPress