MAIS CUIDADO COM O PAÍS QUE TEMOS
Centenas de angolanos e não só, incluindo o jornal ChelaPress,
receberam, durante a semana passada, um suposto manifesto caucionado pelo
Movimento Revolucionário angolano. Em causa está a gestão de José
Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola, no que respeita à
governação do país. Questões relacionadas com a corrupção, ausência de
democracia, soberania do país, anulação do angolano como dono do país, são
levantadas e atribuídas ao presidente de Angola, eleito nas eleições de 2012.
A carta ou manifesto assinado pelo Movimento Revolucionário apelando aos
angolanos a movimentarem-se com vista a solicitarem a destituição de José
Eduardo dos Santos é um absurdo e, por conseguinte, não tem como ser
bem recebida.
Para além de ser uma carta mal elaborada, sem estrutura credível, com
muitos erros gramaticais, denota-se uma elevada desatenção política. São essas
desatenções, imbuídas de elevada carga emocional que põem em causa verdadeiros
projectos políticos com vista ànormalização e estabilidade
do País que passam necessariamente por uma mudança profunda do aparelho do
Estado de Angola.
A missão consiste em contribuir, de forma activa, mas ponderada, para
que Angola vença as aberrações e os desafios do presente sem perder de vista os
rumos do futuro.
O que, como é notório em cartazes das manifestações, leva muita gente a
criticamente perguntar: onde está a oposição? A manifestação da juventude visa
também responder a essa pergunta e às criticas inerentes, sendo por isso
autojustificativo. É natural e não suscita reparo. Já o suscita ser exagerada e
injustificadamente autoelogiativa.
A oposição tem que ser mais séria e não expôr a sociedade civil a
situações desastrosas e de descontrolo.
Francisco Rasgado
Jornal ChelaPress