A
primeira-dama e uma servidora municipal de Jaraguari, cidade a 43 km de
Campo Grande, foram presas suspeita de reter o cartão aposentadoria de
dois idosos e fazer saques da conta deles. Segundo a Polícia Civil, a
primeira-dama se apropriou de quase R$ 24 mil durante 2 anos e 4 meses
em que ficou com o cartão de um idoso de 88 anos.
Cláudia Batista de Oliveira Vilela é
esposa do prefeito Vagner Gomes Vilela (PDT) e também secretária de
assistência social do município. Ela foi presa em flagrante depois que a
polícia encontrou com ela o cartão aposentadoria do idoso.
A secretária de assistência social
prestou depoimento por nove horas e foi liberada depois de pagar R$ 6,3
mil de fiança. Ao sair da delegacia, a primeira-dama correu para não
falar com a imprensa. O prefeito de Jaraguari disse que a esposa é
inocente.
“Ela está ali para ajudar, a gente
sempre esteve aí para ajudar. A gente tem a Casa Lar aqui, sempre a
gente pegou nessas condições e ela estava com cartão na Assitência
porque, incluisive em 2013, ela foi até a promotoria, pediu a orientação
e falou: olha, você pode ficar com dinheiro e, ao mesmo tempo, faz a
prestação de conta. A gente mostrou, inclusive, hoje na delegacia que
ela tem toda a prestação de conta do que era feito com o dinheiro do
aposentado”, alegou o prefeito.
Até a publicação desta reportagem, a TV
Morena não tinha conseguido contato com a promotoria do município para
checar a informação do prefeito.
A diretora da Casa Lar, onde ficam aos
idosos, pagou fiança de um salário mínimo. Há 5 meses, ela estaria com o
cartão de aposentadoria de outro idoso, de 77 anos, que recebe um
salário mínimo por mês. A polícia apreendeu os cartões e R$ 10,8 mil,
que seria parte do dinheiro das aposentadorias dos dois idosos.
Debilidade
Segundo o delegado que investiga o caso, Antenor Batista da Silva Júnior, a primeira-dama justificou a debilidade do idoso para dizer que tinha o direito de administrar o recebimento do benefício junto ao Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). O idoso está lúcido e tem problema apenas de locomoção, segundo Batista.
Segundo o delegado que investiga o caso, Antenor Batista da Silva Júnior, a primeira-dama justificou a debilidade do idoso para dizer que tinha o direito de administrar o recebimento do benefício junto ao Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). O idoso está lúcido e tem problema apenas de locomoção, segundo Batista.
“Ela nos alegou que pagava compra com
aquisições de medicamentos, vestimentas, alimentos e que todos os meses
dava R$ 100, R$ 150, R$ 200 [para o idoso], fato negado pelo idoso com
relação, principalmente, a não ter recebido durante esse tempo qualquer
quantia da primeira-dama”, explicou Batista.
O próximo passo da investigação, segundo
a polícia, é analisar as notas fiscais apresentadas pela primeira-dama.
Os valores chegam a quase R$ 13 mil, segundo Batista. A polícia quer
saber como e onde o dinheiro foi usado.
“Foi pedido que a primeira-dama
apresentasse o dinheiro que tinha retido do idoso, chegando no local,
alegaram que não tinham chave do armário. Quando retornaram, com ordem
de arrombamento foi encontrado apenas R$ 5.270 em espécie, tendo alegado
a primeira-dama e a funcionária da assistência que tinha sumido ou
extraviado mais de R$ 5 mil em espécie. Passado alguns instantes que
lavrei a prisão em flagrante, a funcionária trouxe outro envelope com
mais R$ 5 mil, sob alegação que estava em outro local. Outra funcionária
trouxe mais R$ 570 e mais R$ 270″, informou Batista.
A casa onde os idosos ficam é ao lado de
uma unidade de saúde. Os policiais foram até o local colher depoimentos
e constataram que as condições são precárias. Os moradores confirmaram a
situação. Sobre as condições da Casa Lar de Idosos, o prefeito disse
que vai analisar o caso e tomar providências.
A primeira-dama e a servidora do
município foram indiciadas por apropriação indébita e reter o cartão
magnético de conta bancária relativa a benefícios, crimes previstos no
Estatuto do Idoso. Elas vão responder o processo em liberdade. Além
desses crimes, a mulher do prefeito pode responder por expor a perigo a
integridade e a saúde do idoso.