Uma jovem de 20 anos, que está
grávida de cinco meses, anunciou em uma rede social que
gostaria de doar a criança. A mulher, que não teve o
nome divulgado, trabalha como diarista em Poconé,
município a 104 km de Cuiabá, no Mato Grosso do Sul. A
publicação foi feita no domingo (22) em um grupo
destinado à venda de produtos usados do Facebook. Pelo
telefone disponibilizado na internet, o site G1
conversou com a jovem. A mulher disse que, após o
anúncio, "arrumou" uma pessoa interessada em ficar com a
criança assim que ela nascesse. "Não quero ficar com o
bebê porque não tenho condições de cuidar. Já tenho
outros dois filhos que ficam comigo", disse ao G1. A
jovem não deu mais detalhes sobre sua vida pessoal.
Ainda em publicações feitas na internet, a jovem disse
que descobriu a gravidez aos cinco meses e decidiu doar
o filho e não abortar.
Adoção
O promotor que atua na Vara da
Infância e Juventude de Cuiabá, José Antônio Borges, a
jovem não cometeu nenhum crime ao anunciar o interesse
em doar o filho. "Esse tipo de doação não pode ser
criminalizada. Crime é jogar no lixo", afirmou. José
Antônio afirmou que a jovem deveria, sobretudo, receber
acompanhamento psicológico durante a gravidez. Contudo,
ela não poderá doar o filho sem o consentimento da
Justiça. O promotor explicou que é comum mães
manifestarem interesse em doar os bebês. Nestes casos, a
gestação deve ser acompanhada e, após do nascimento, a
criança deve ser levada para um abrigo. A adoção será
concedida a uma pessoa que já estiver na fila dentro dos
critérios legais. Parentes da mãe, menos os avós, também
poderão adotar a criança. Criança fica bêbada e vai
parar em hospital após restaurante servir sangria em vez
de suco
Anúncio
A publicação postada no Facebook, no
último domingo, diz: "Procuro um casal para adotar um
bebê. Estou grávida, não tenho condições de criá-lo. Se
alguém se interessar, me ligue". Após a mensagem, a
mulher deixou um número de telefone. Internautas
questionaram o motivo pelo qual ela não queria o bebê e
a resposta foi de que a criança atrapalharia a vida
dela. Após alguém sugerir que ela cobrasse pensão do pai
da criança, que a deixou após a descoberta da gravidez,
a jovem disse que não iria passar a vida cuidando de
criança por causa de dinheiro. "Não é por que o pai, é
bem de situação que vou viver minha vida cuidando de
criança por causa de uma mixaria de pensão", respondeu.
O caso já chegou ao Conselho Tutelar do município. "Já
entramos em contato com a mãe e iremos tomar
providências", afirmou a conselheira Nilda Rodrigues
Ferreira. Essa não é a primeira vez que a jovem recebe
atendimento no Conselho. Os motivos dos acompanhamentos
anteriores não foram informados.