quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Reconstituição de morte de atriz começa em Presidente Prudente

Policiais e testemunhas iniciam a reconstituição na Avenida Joaquim Constantino (Foto: Carolina Mescoloti/G1)
Por volta das 10h, a Polícia Civil iniciou a reconstituição da morte da atriz e produtora cultural Luana Barbosa, de 25 anos. A Avenida Constantino, em Presidente Prudente, local onde aconteceu uma blitz da Polícia Militar quando ela foi atingida por um tiro, teve um trecho interditado para o trabalho, que tem como objetivo “reproduzir simuladamente o fato e esclarecer dúvidas”, de acordo com o delegado Matheus Nagano.
luana barbosa (Foto: Marcos Barbosa/Arquivo Pessoal)
Luana tinha 25 anos e era atriz e produtora cultural
em Presidente Prudente
(Foto: Marcos Barbosa/Arquivo Pessoal)
A vítima morreu no dia 27 de junho, após a moto em que estava, conduzida pelo namorado, o músico Felipe Barros, de 29 anos, passar pelo bloqueio – ele é uma das testemunhas do crime. Ela foi atingida por um tiro no tórax, disparado da arma do cabo Marcelo Coelho, e morreu no Hospital Regional.
A reconstituição é acompanhada pela Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Científica, Ministério Público Estadual e membros da Federação Prudentina de Teatro de Artes Integradas (FPTAI), da qual Luana fazia parte. “Queremos ter uma observação fiel e ter mais fatos para concluirmos o que aconteceu naquele dia, porque há muitas dúvidas. Vamos observar como o policial agiu e como foi a abordagem, além de verificar se o freio da moto estava com problemas”, explica o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).
Reconstituição é comandada pelo delegado Matheus Nagano (Foto: Carolina Mescoloti/G1)
Reconstituição é comandada pelo delegado
Matheus Nagano (Foto: Carolina Mescoloti/G1)
Nagano cita as versões apontadas pelo policial, que chegou a ser preso em um presídio militar na capital paulista, mas foi solto e agora presta serviços administrativos no batalhão, e do namorado da atriz. Coelho afirmou, conforme registrado no boletim de ocorrência, que o capacete do motociclista bateu em sua mãe e houve o disparo acidental. Já Barros relatou, também segundo o registro, que passou pelo bloqueio porque estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa, mas mudou a versão posteriormente, alegando o veículo apresentou problemas no freio.
Ambos e outras testemunhas já foram ouvidos pela Justiça Militar, já que a morte era investigada pela Polícia Militar desde o início devidos às autoridades entenderem que foi um homicídio culposo – em que não há intenção de matar – e pela Polícia Civil, que abriu inquérito paralelo um mês após o crime.
Foto em laudo mostra arma do policial com projétil preso (Foto: Reprodução/TV Fronteira)
Foto em laudo mostra arma do policial com projétil
preso (Foto: Reprodução/TV Fronteira)
Inquérito
O G1 e a TV Fronteira tiveram acesso aos laudos da Polícia Científica que compõem o inquérito militar. O documento mostra uma marca recente no capacete usado por Barros e, segundo análise, é compatível à coronha de uma arma. Outra foto mostra a pistola de Coelho com a cápsula do projétil presa, o que também condiz com a versão apresentada por ele.
Para quem conviva com Luana, conhecida como Lua, o tiro não foi acidental. A morte dela causou comoção entre familiares, amigos e nos integrantes da FPTAI. Eles organizaram protestos em Presidente Prudente, Curitiba (PR) e São Paulo e, inclusive, mudaram o nome da sede do grupo, localizada na Vila Brasil.