Foto: Divulgação/NIH
Segundo ele, o instituto já estava trabalhando no projeto da vacina a cerca de uma década, mas a situação de descontrole da doença no oeste africano fez com que a pesquisa seja "acelerada".
"Tivemos de adotar medidas extraordinárias para iniciar os estudos o mais rápido possível", afirmou Collins. A pesquisa é realizada pelo NIH, em parceria com outra agência estatal americana, o Instituto Nacional de Alergia e Enfermidades Infecciosas (Niaid), e também tem o apoio da indústria farmacêutica privada GlaxoSmithKline.
O diretor do Niaid, Anthony Fauci, também participou da entrevista e falou da necessidade de encontrar uma resposta eficaz e rápida, devido ao iminente risco de proliferação do virus ebola.
"A epidemia de ebola já contaminou mais de 3 mil pessoas e matou mais da metade dos infectados. A situação está sem controle, e por isso é preciso trabalhar em todas as frentes possíveis, com os métodos tradicionais de isolamento das pessoas infectadas, novos medicamentos, mas também na busca de uma resposta de prevenção imunológica", segundo Fauci.
Ele justificou a participação da GlaxoSmithKline como "copesquisadora", devido à necessidade de se produzir uma vacina em larga escala, caso o resultado da pesquisa seja satisfatório. Ele explicou que foi difícil, por exemplo, produzir doses suficientes do medicamento experimental ZMapp, desenvolvido em San Diego, Estados Unidos, e "a empresa doou todas as doses disponíveis para o tratamento de infectados".
Foi com o ZMapp que os dois norte-americanos contaminados em julho, na Líberia, foram tratados e conseguiram se recuperar da doença, em Atlanta, no estado da Georgia.
Os voluntários serão avaliados nove vezes durante 48 semanas, e para garantir a segurança dos voluntários - todos, adultos saudáveis - os cientistas vão dar a vacina para apenas três pessoas ao mesmo tempo, a fim de verificar a segurança antes de vacinar outros voluntários. "A segurança é primordial, quando se faz testes com drogas experimentais em pessoas saudáveis", afirmou Fauci.