Ataques israelenses mataram mais
de 100 palestinos em uma das noites de bombardeio mais pesadas das
últimas três semanas na Faixa de Gaza.
Segundo a ONU, alguns funcionários de sua agência para refugiados também estão entre os mortos.A única usina elétrica de Gaza foi danificada. Também foram alvejados locais associados ao Hamas, grupo que controla Gaza.
Um porta-voz militar israelense disse que os ataques sinalizaram um "aumento gradual da pressão" sobre o Hamas.
Em um discurso transmitido pela televisão na segunda-feira, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu enfatizou a necessidade de destruir túneis escavados sob a fronteira Gaza-Israel para impedir que integrantes do Hamas cheguem a Israel.
Autoridades palestinas dizem que 1.115 palestinos, a maioria civis, foram mortos nos combates desde 8 de julho, enquanto Israel perdeu 53 soldados e três civis - dois israelenses e um trabalhador tailandês.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou preocupação com o relato de que Israel estaria jogando folhetos para residentes no norte de Gaza, alertando para que saíssem do local.
Ele disse que as agências da ONU não tinham recursos para ajudar esse fluxo adicional de refugiados. Israel diz que emite os alertas para evitar fazer vítimas civis.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou Israel de agir como um "cão raivoso" e pediu que os muçulmanos ajudem a armar os palestinos para lutar contra o que chamou de "genocídio".
'Enterrado sob escombros'
Na madrugada desta terça-feira, forças israelenses atacaram Gaza por ar, mar e terra, iluminando o céu com rajadas luminosas e deixando longas colunas de fumaça sobre a Cidade de Gaza de manhã.Bombas atingiram um tanque de combustível que servia a única estação de energia da região, que foi obrigada a fechar.
Nas últimas três semanas, a maioria dos habitantes de Gaza tem vivido com apenas algumas horas de suprimento de eletricidade. Agora a situação deve piorar, contou o repórter da BBC Martin Patience, de Gaza. A região recebe um pouco de eletricidade também de Israel e do Egito.
A casa do ex-primeiro-ministro do Hamas, Ismail Haniyeh, foi destruída. Ela estava desocupada.
"A destruição de muros não vai quebrar nossa vontade, e vamos continuar resistindo até ganhar a liberdade", disse ele após o bombardeio, segundo um site do Hamas.
Nove outros edifícios foram alvejados. Três mesquitas e quatro fábricas também foram destruídas.
Assim como estações de televisão e rádio do Hamas, foram atacados edifícios governamentais, incluindo o Ministério das Finanças e um complexo do Ministério do Interior.
O porto de Gaza também foi destruído, segundo fontes de segurança palestinas disseram à BBC, e duas escolas e um jardim de infância estavam em chamas após serem atingidos.
De acordo com o Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas 110 pessoas foram mortas - 60 desde a meia-noite, hora local. Sete famílias foram "eliminadas" durante a noite, disse o ministério.
A ala militar do Hamas disse ter disparado 14 foguetes.