À esquerda, Romão ao lados dos dois
filhos após aparecer no cemitério. À direita, a cova onde o corpo de
outro homem quase foi enterrado por engano no Piauí
A família de Manoel Romão, 67, vai levar
um bom tempo para se recuperar do susto tomado neste fim de semana. Na
madrugada do sábado (26), por volta das 5h30, o irmão e sobrinhos dele
foram informados que Romão teria sido atropelado enquanto andava de
bicicleta, e que deveriam ir ao local reconhecer o corpo.
O acidente ocorreu na BR-343, em
Piripiri (165 km de Teresina). A notícia da morte mobilizou familiares, e
os dois filhos da “vítima” que viajaram do Rio de Janeiro especialmente
para o enterro. Mas tudo não passou de um engano, e Manoel Romão está
vivo e passa bem.
Entretanto, entre a falsa notícia da morte e a informação de que ele estava vivo foram mais de 24 horas.
“Chegou a notícia, e meu irmão foi com
meu tio para identificar o corpo. E tudo indicava que fosse ele, eram
parecidos. As autoridades disseram que tinham de mandar o corpo para
Teresina”, disse a sobrinha de Romão, Rosa Maria de Oliveira.
O corpo foi levado então para o IML
(Instituto Médico Legal) de Teresina, no início da tarde do sábado. Lá, o
irmão de Romão assinou a liberação do corpo, após ter sido realizado o
exame de digital, que teria confirmado a identidade.
A necropsia terminou apenas à noite, e o
corpo só chegou ao velório às 23h. “Quando chegou, todo mundo acho
diferente. Todos que vinham olhar diziam que não era ele. Mas meu tio
disse que era, que em Teresina tinham reconhecido a digital”, afirmou
Oliveira.
Mesmo na dúvida, a família seguiu para o
enterro, marcado para as 8h deste domingo (27), no cemitério de
Piripiri. Ao chegar lá, veio a notícia que todos suspeitavam.
“Já por volta das 8h, chegou um vizinho
gritando: ‘estão enterrado o homem errado’. O enterro então foi parado
já com o caixão enterrado a meio palmo. Aí saíram e encontraram meu tio
[no distrito São Luís, na zona rural do município], vivo, e o trouxeram
para o cemitério”, contou.
Na verdade, descobriu-se que o corpo que
estava no caixão prestes a ser enterrado era o de Eliomar Moreira
Félix. Romão estava com amigos.
“Ninguém sabia se chorava, se achava a
graça. Meu tio, ao saber, ficou atordoado, sem entender. Depois de um
tempo, todo mundo ficou muito feliz”, disse.
Segundo a Delegacia Regional de
Piriripi, o delegado Gustavo Jung foi até Teresina, nesta segunda-feira,
para apurar o que levou ao erro no caso. A princípio, o caso está sendo
tratado apenas como erro de identificação familiar, e sem abertura de
inquérito.
O UOL tentou falar com
para o IML de Teresina e com a assessoria de imprensa da Polícia Civil
do Piauí, que responde pelo IML, mas as ligações não foram atendidas.
Fonte: Uol