GAZA (Reuters) - Palestinos de Gaza
encolhiam-se temendo por suas vidas enquanto militantes do Hamas pediam por
valentia depois de Israel enviar forças, na quinta-feira, ao densamente povoado
território após 10 dias de trocas de tiros na fronteira.
Pessoas abandonaram casas em ruas normalmente apinhadas depois de uma noite
de bombardeios. Navios lançando tiros de metralhadoras aproximaram-se da costa
mediterrânea do enclave no deserto, com disparos de artilharia iluminando de
laranja o horizonte a cada poucos segundos e balançando edifícios com ataques
aéreos.
Grupos pequenos de homens sonolentos marcharam para as orações da sexta-feira
na Cidade de Gaza, apesar do incômodo frequente da artilharia israelense.
"Estamos aterrorizados. Minha família inteira ouve as bombas caindo ao nosso
redor e podemos ser atingidos a qualquer momento. Nós sentimos que não há nada
que possamos fazer para nos proteger", disse Yousef al-Hayek, de 60 anos,
vestindo uma túnica branca e apertando um terço islâmico.
"Tudo está nas mãos de Deus. A invasão era esperada, mas agora como irá
terminar não está claro. Nós temos a esperança de uma trégua."
Entre os 23 palestinos mortos na escuridão da noite após as operações
terrestres israelenses anunciadas para destruir túneis subterrâneos usados por
militantes, três eram jovens primos -- Mohammed, Mohammed e Ali Nutaiz, com
idades entre 4 e 26 anos.
Eles fugiram com suas famílias do fogo de tanques israelenses em uma cidade
da fronteira, apenas para serem mortos quando a casa onde se abrigavam foi
bombardeada, disse um parente à Reuters durante o funeral.
Médicos palestinos dizem que 222 dos 260 habitantes de Gaza mortos na
ofensiva de Israel eram civis, incluindo 40 crianças.