Um vídeo mostrando a moradora da Rocinha que acusa os soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope) de estupro foi divulgado pela própria unidade. As imagens foram exibidas nos telejornais com efeitos que escondem o rosto da moça. Porém, o material que foi parar na internet não preserva a identidade dela.
Mulher mostra marcas de agressões durante o estupro que denunciou
"Minha família viu o vídeo. Estão todos desesperados. Eu tenho um filho pequeno", desabafou a mulher, que cortou os cabelos após a divulgação do vídeo, em que aparece xingando e ameçando os PMs. Ela também não sai mais de casa por medo. "Agora, todos os policiais conhecem o meu rosto".
A vítima já havia contado na delegacia que os policiais a tinham filmado. Mas, por outro lado, os PMs ouvidos pelo delegado Gabriel Ferrando, da 11ª DP (Rocinha), não falaram nada sobre a divulgação das imagens.
Para o líder comunitário da Rocinha William de Oliveira, a atitude de filmar demonstra o desprezo que os policiais nutrem pela vítima, já que, por questões éticas, não são divulgadas.
"Eles editaram o vídeo para distorcer a história. Naquele momento, eu já havia sido estuprada por dois outros policiais. Estava revoltada, fora de mim", disse a mulher.
