terça-feira, 27 de maio de 2014

Hospital Manoel Antunes, em Serrinha, será fechado por falta de recursos



A população do município de Serrinha está assustada com a notícia de que o Hospital Manoel Antunes, o ABC, está prestes a fechar. O motivo, segundo a direção do hospital, que é mantido pela Associação Brasileira de Caridade, conveniado com o Sistema Único de Saúde (SUS), é por falta de dinheiro.

Além de atender à população de Serrinha, o hospital, com mais de 40 anos de fundação, também atende a pacientes de outros municípios. Segundo Rubem Carneiro da Silva, diretor geral da unidade, antes o valor do contrato com o município girava em torno de R$ 90 mil/mês. Hoje, a proposta do município é repassar apenas R$ 50 mil. "Estamos com dificuldades de manter o hospital funcionando por falta de recursos. O município cortou parte da verba destinada ao hospital, o que tem dificultado o seu funcionamento. Estamos em débito com funcionários e fornecedores. Se a situação não melhorar iremos fechar a unidade", disse.

Em nota enviada ao Portal Clériston Silva – PCS – o diretor afirma que o fechamento do hospital, previsto para o dia 1º de Junho, ocorre em virtude da insensibilidade do prefeito e do secretário de saúde que, segundo ele, se negam a fazer um contrato digno que atenda as despesas da unidade, embora para o Hospital Santana e Hospital Geral, tenha dado um aumento substancial nos novos contratos.

Apartidário do prefeito, ele vê o fechamento do local como uma perseguição política. “É voz corrente na cidade que se trata de uma bruta perseguição política ao diretor do Hospital Manoel Antunes por este não comungar com as ideias do prefeito do PT”, dispara.

A dona de casa Maria Miranda de Sousa teme pelo fechamento da unidade. "Fechar este hospital é lamentável. Como é que vai ficar a nossa situação? Como encaminhar para o municipal, se a situação lá também está difícil", disse.

O secretário de Saúde do município, Fernando Oliveira, justifica alegando que o município tem honrado seus compromissos com o hospital. Ele atribui as dificuldades ao cancelamento espontâneo das funções obrigatórias da unidade. "É inadmissível continuar pagando esse valor se o hospital, com toda a estrutura que tem, não oferece nem o atendimento ambulatorial. Na verdade o hospital funciona como se fosse um simples posto de saúde, é inconcebível. Ou se adéqua às exigências do município ou não dá pra continuar”, disse, em entrevista ao Jornal Serrinha Hoje da Rádio Continental na manhã desta terça-feira (27).