O Egito foi às urnas nesta
segunda-feira no primeiro dia da eleição presidencial, sob um forte
esquema de segurança para impedir que ataques de militantes atinjam o
processo.
O ex-chefe do Exército, Abdul Fattah al-Sisi,
que depôs o presidente Mohammed Morsi, da Irmandade Muçulmana, no ano
passado, enfrenta o candidato de esquerda Hamdeen Sabahi.A eleição presidencial, a segunda em dois anos, é realizada em dois dias e resultados extraoficiais deverão ser divulgados nas horas após o fechamento das urnas na terça-feira.
O ex-general, que tornou-se um ícone no Egito, é a opção de muitos que desejam estabilidade após anos de convulsão social. Qualquer outro resultado a não ser uma vitória fácil dele será fonte de perplexidade, informa o correspondente da BBC Kevin Connolly, no Cairo.
O nível de participação será visto como uma indicação do tamanho do apoio que o vencedor terá.
No campo doméstico, o novo presidente terá grandes desafios. O público espera que o presidente enfrente o alto nível de desemprego e desigualdade e corrupção crescentes, mas restabelecer a segurança deverá ser o maior problema.
Forte segurança
Dois fatores são vistos como obstáculos a uma disputa livre e justa no Egito.Primeiro, a eleição é realizada em meio a uma grave crise política, que desperta preocupações de segurança.
Mais de 250 mil membros das forças de segurança patrulham as salas de votação, segundo o Ministério do Interior. A forte operação serve o discurso das autoridades de que a ameaça de militantes islâmicos continua presente, relata Connoly.
Militantes mataram centenas de integrantes das forças de segurança desde a retirada de Morsi pelo Exército, em julho, após grandes protestos opositores.
Eles afirmam terem ampliado seus ataques em resposta à repressão à Irmandade Muçulmana liderada pelo Exército, que matou mais de 1,4 mil pessoas e deteve outras 16 mil.