O
ano de 2013 é um dos mais violentos para a imprensa no Brasil, segundo
um relatório da Abert, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e
Televisão.
Foram registrados 136 casos de violência contra jornalistas e
radialistas, em todo o Brasil, com cinco mortes. Ao todo, 76 são
agressões ligadas às manifestações de protesto que começaram em junho.
Os dados relativos a um período de 12 meses serão discutidos até esta
quarta-feira (16), no Rio, na assembleia da Associação Internacional de
Radiodifusão.
Muitos crimes contra profissionais de imprensa ainda estão
insolúveis. Um desses, foi a morte do radialista Ronaldo Santana
executado a tiros na manhã de 9 de outubro de 1997. Ronaldo foi
assassinado com quatro tiros quando saía de sua casa na Rua do Oeste,
bairro Gusmão, em Eunápolis, na Bahia, acompanhado de seu filho, Márcio
Alan, em direção à Rádio Jornal de Eunápolis, em que trabalhavam. O
trajeto era sempre o mesmo. Naquele dia, por volta das 6 horas, pai e
filho seguiam pela Rua Duque de Caxias, conhecida como Rua da Ladeira.
As críticas de Ronaldo contra a administração do prefeito Paulo
Ernesto Ribeiro da Silva, o Paulo Dapé, também eram uma constante em seu
programa. Ele não poupava policiais, políticos e moradores da
comunidade.
Passados exatos 16 anos, completados na semana passada, dia 09 de
outubro, vislumbra-se uma luz no canto do túnel. É bem provável que o
ex-prefeito Paulo Dapé, vá mesmo ao Tribunal do Júri, ainda este ano.
Informações oficiais apontam que a data 21 de outubro, está reservada
para um determinado Júri Popular. Somente agora, no final da tarde desta
terça-feira, 15, o Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal, Otaviano
Andrade Sobrinho confirmou que Toninho da Caixa vai a Júri Popular, na
próxima segunda-feira, 21 de outubro. Isto é, depois de 16 anos da data
da execução do radialista. A morte de Ronaldo Santana teve repercusão
em todo Brasil e ainda figura como crime insolúvel.
O site agazetabahia.com em primeira mão noticia que o bancário
Antônio de Oliveira Santos, conhecido como Toninho da Caixa, vai mesmo a
Júri Popular, na próxima segunda-feira, 21, pelo envolvimento na morte
do radialista Ronaldo Santana. Isso acontece antes dos demais
envolvidos, uma vez que, ele manifestou o interesse de ser julgado logo
perante o Tribunal do Júri, desistindo dos prazos e recursos, por
entender que essa demora estava lhe prejudicando.
Quanto ao ex-prefeito Paulo Dapé, deverá também ir a Júri Popular
ainda este ano. Sua situação perante a Justiça, neste caso do
radialista, é bastante perigosa. Todos os recursos impetrados pelo
ex-prefeito já foram apreciados em todos os Tribunais.
Quanto aos demais envolvidos, Maria José Ferreira Souza, Waldemir Batista de Oliveira, seguirão pelo mesmo.