quinta-feira, 28 de maio de 2015

Caso Fifa: propina de US$ 10 milhões para África do Sul sediar Copa


Foto Ilustrativa
Ter oferecido uma propina maior do que Marrocos ajudou a África do Sul a ser eleita sede da Copa do Mundo de 2010, aponta o relatório do Departamento de Justiça dos Estados Unidos – responsável pela prisão de sete dirigentes da Fifa, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin. De acordo com as investigações, os sul-africanos pagaram US$ 10 milhões a executivos da Fifa em troca de votos. O cabeça do esquema, segundo o documento, era o trinitino Jack Warner, ex-presidente da Concacaf. O governo da África do Sul teria participado da movimentação.

O documento diz que Warner tinha laços com autoridades sul-africanas desde que o país tentou sediar a Copa do Mundo de 2006. Um familiar dele, que a investigação chama de “co-conspirador 14”, teria negociado amistosos de equipes da Concacaf na África do Sul. Ele mesmo, autorizado por Warner, teria recebido em Paris uma mala com 10 mil dólares de um homem tratado como “co-conspirador 15”. Ele é, de acordo com a investigação, um membro do alto escalão da candidatura sul-africana. O documento informa que esse dinheiro foi posteriormente entregue em mãos para Warner em Trinidad e Tobago.

Em maio de 2004, às vésperas da eleição, Warner e o “co-conspirador 1”, que seria o ex-secretário-geral da Concacaf Chuck Blazer, viajaram ao Marrocos, que também pleiteava sediar o Mundial de 2010. Lá, um representante da candidatura marroquina teria oferecido US$ 1 milhão a Warner.

Foi então, de acordo com o documento, que Blazer tomou ciência de que Warner tinha uma oferta, de US$ 10 milhões, saída do governo da África do Sul, do comitê sul-africano e do alto escalão da própria Fifa, para que a CFU (União Caribenha de Futebol) votasse no país como sede da Copa. O dinheiro seria dividido entre Warner, Blazer e o “co-conspirador 17”. Os dois últimos receberiam US$ 1 milhão cada.