Vodca em excesso foi a causa da morte
do universitário Humberto Moura Fonseca, de 23 anos, do
4.º ano de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual
Paulista Julio de Mesquita (Unesp). A mesma competição
de bebida que o matou ainda deixou outros três
universitários em estado de coma e motivou duas prisões
em Bauru, no interior de São Paulo. O corpo de Humberto
foi levado neste domingo (1º) para Passos, em Minas,
onde vive a família. O rapaz apresentava-se nas redes
sociais como praticante de muay thai. Segundo a Polícia
Civil, que investiga o caso, Fonseca participava de uma
"competição" com colegas da Unesp e morreu na tarde de
sábado (28) em decorrência da intoxicação por álcool - o
mesmo ocorreu com outros seis universitários e três
seguem internados. "O rapaz que morreu bebeu pelo menos
25 copinhos plásticos de vodca e passou mal. O campeão
da competição tomou 30 copinhos e está em estado grave",
explicou o delegado Mário Henrique de Oliveira Ramos, de
50 anos, da Central de Polícia Judiciária. Seriam
copinhos de café. Além de outras bebidas, como cerveja,
catuaba e cachaça servidas à vontade, havia um "torneio"
específico para escolher os campeões de consumo de
vodca. "Bebiam e quem não parava em pé desistia", contou
o policial, destacando também que foi servido chá de
boldo "aos que estavam passando mal". "Não havia nenhuma
estrutura para socorrer as vítimas", afirmou. O primeiro
chamado para a Polícia Militar por causa da bebida em
excesso dos participantes da festa chegou ao Comando de
Policiamento (Copom) de Bauru às 16h30 - uma hora depois
de a festa começar. Dois alunos foram detidos - e
posteriormente liberados. "Eles são de duas repúblicas
envolvidas na promoção da festa. Nós enviamos ao juiz o
pedido de prisão em flagrante por homicídio com dolo
eventual", explicou o delegado. "O advogado deles
conseguiu a liberação na Justiça. Ambos vão responder ao
processo em liberdade e também responderão pelo estado
das outras vítimas." A polícia não divulgou os nomes dos
suspeitos. Segundo o delegado, pelo menos 2 mil jovens
estavam na festa - que segundo a mídia local não teria
alvará. "Os preços chegavam a R$ 100, com direito de
consumir bebida à vontade", disse Oliveira Ramos. Na
página do evento no Facebook, um dos atrativos era a
justamente o "open bar". A página deixava claro que a
competição de bebidas iria ocorrer e o evento tinha
patrocínio de uma marca de cerveja.