sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Aproximação do país com a União Europeia acabou com acordo existente desde 2011 entre Kiev e Moscou

Putin quer evitar entrada maciça de produtos europeus mais baratos no mercado russo
The Presidential Press and Information Office
Putin quer evitar entrada maciça de produtos europeus mais baratos no mercado russo
“Estamos prontos a pagar o preço da nossa liberdade e da nossa escolha europeia”, assegurou em dezembro o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ao selar em Bruxelas o Acordo Abrangente e Aprofundado de Comércio Livre.
O preço foi definido pelo presidente russo, Vladimir Putin, que decidiu suspender o acordo de comércio livre que unia Moscou e Kiev desde 2011, alegando “circunstâncias que prejudicam os interesses e a segurança econômica” da Rússia.
Trata-se, segundo Moscou, de evitar uma entrada maciça de produtos europeus mais baratos, com etiqueta ucraniana, no mercado russo.
Além da suspensão do pacto de 2011, Moscou vai estender à Ucrânia o embargo aos produtos alimentares europeus decidido em retaliação pelas sanções econômicas que lhe foram impostas após a anexação da Crimeia em março de 2014.
Em resposta, Kiev anunciou também a suspensão do pacto comercial com a Rússia, a partir de amanhã (2), e a proibição da importação de produtos alimentares russos, a partir do dia 10, no território ucraniano e mais tarde na Crimeia, península que não tem ligação por terra com a Rússia e depende em grande medida dos produtos ucranianos.
O acordo comercial União Europeia-Ucrânia insere-se no Acordo de Estabilização e Associação assinado em 27 de junho de 2014, um pacto político e comercial considerado um primeiro passo para uma futura adesão ao bloco.
Esse acordo esteve na origem do conflito na Ucrânia, desencadeado em 2014 com a contestação popular à decisão do presidente pró-Rússia Viktor Ianukovich de não assinar o pacto, seguida da sua deposição, da insurreição separatista no Leste e da anexação da Crimeia pela Rússia.