quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Nenhum governo fez o que o atual fez: R$ 40 bi de rombo nos bancos públicos.

 
O gráfico acima - exposto durante a sessão em que o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou as contas de 2014 do governo Dilma Rousseff – é o desmentido de toda a presepada (não conseguimos palavra mais adequada) que o governo Dilma quis passar como “defesa” diante do TCU.
Esse gráfico mostra o saldo entre o Tesouro e a Caixa Econômica Federal (CEF).
Os débitos do governo com a CEF estão abaixo da linha zero (ou seja, são representados por números negativos) e os débitos da CEF com o governo estão acima da mesma linha (ou seja, são representados por números positivos).
Resumindo, até 2012 o saldo entre a Caixa e o Tesouro estava, ao longo dos anos, equilibrado, com uma pequena variação ali ou aqui.
Em 2013, e, principalmente, em 2014, é nítido que o governo descarregou despesas, pelas quais o Tesouro era responsável, em cima dos bancos públicos. Daí o súbito aumento dos valores negativos, um rombo de R$ 6 bilhões no caso da Caixa.
Disse aquela cintilante incapacidade que Dilma colocou na Advocacia-Geral da União que “se foi crime, por que passou no passado? Agora é irregular?”.
Essa argumentação já foi abordada por nós (v. HP 07/10/2015). Agora, acrescentaremos que “passou no passado” (o sujeito não sabe escrever em português) porque nenhum governo fez o que o atual governo fez – R$ 40 bilhões de rombo nos bancos públicos e R$ 106 bilhões de irregularidades.
Alguns sacripantas apareceram com o sofisma, improvisado muito às pressas, de que isso não tem importância, porque, no encontro de contas entre os bancos públicos e o Tesouro, o saldo se equilibra até o final do ano, tal como o leitor pode ver, no gráfico, que aconteceu em 2014.
Resta saber porque a Caixa, segundo documentos anexados pelo ministro Augusto Nardes, “não tratou o quadro generalizado de insuficiência de recursos ou atrasos como algo rotineiro e normal [e] recorreu à Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal, ainda em 2013 [e várias vezes em 2014] com objetivo de encontrar alternativa amigável para a controvérsia causada pela falta de repasse de recursos obrigatórios por parte do Poder Executivo”. Em abril de 2014, a Caixa, inclusive, levantou o problema da legalidade do que vinha sendo obrigada a fazer (cf. TCU, Voto, p. 19, e Relatório, p. 602, do ministro Nardes, 07/10/2015).
Ao contrário do que dizem alguns bobos que apareceram na Internet, Dilma não fez isso para atender a “despesas sociais”. Pelo contrário, fez isso para desviar dinheiro do Tesouro para os juros dos bancos e outros rentistas. Por isso, a CEF, o BB e o BNDES tiveram que arcar com as despesas sociais.
É verdade que nem assim Dilma conseguiu tirar o dinheiro que pretendia da Educação, Saúde, etc., para os juros. Mas não há política reacionária que sobreviva à incompetência dos reacionários.
Além disso, havia o estelionato eleitoral. O exemplo mais nítido é o do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). A verba do Fies foi a seguinte - 2010: R$ 810 milhões; 2011: R$ 1,840 bilhões; 2012: R$ 4,480 bilhões; 2013: R$ 7,570 bilhões; 2014: R$ 13,750 bilhões.
Ou seja, em 2014, o Fies aumentou +81,64% em relação a 2013 e 207% em relação a 2012.
Em 2015, passada a eleição, o ministro da Educação anunciou que o Fies estava quebrado – com Dilma cortando as verbas para a Educação, Saúde e tudo o que não seja os juros dos bancos.
C.L.