quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Uma jovem manicure de 18 anos é uma das duas sobreviventes dos disparos feitos por motoqueiros e diz quê não sabe se va se sentir bem na rua.



 
Uma jovem manicure de 18 anos é uma das duas sobreviventes dos disparos feitos por motoqueiros em Goiânia desde o início do ano. Na noite de sexta-feira 23 de julho, a mulher, que pede para ter a identidade preservada, tinha acabado de comer com a prima e uma amiga em um ambulante quando foi surpreendida pela aproximação de um vulto, de cerca de 1,80 m, pele branca e jaqueta e capacete pretos. Paralisada de medo, a manicure, que estava de costas para a figura, encarou-a antes de lhe dar as costas novamente. "Eu não conseguia pensar, só queria sair dali", diz, apertando as mãos de angústia enquanto fala. "'Fica quieta, fica quieta', ele mandou. Eu fiquei. Mas ele disparou nas minhas costas", conta. Sem movimentos na perna esquerda, que ainda não sabe se irá se recuperar plenamente, a manicure teve o sangue drenado continuamente em 8 dos 15 dias em que está internada em um hospital. Ao lado da mãe e de outros parentes, atormentados pelo crime inexplicável, a sobrevivente agradece por não estar com o filho na hora do crime. "Eu ainda briguei com a minha sogra, que insistiu pra que eu não levasse meu filho. Graças a Deus ela me impediu", diz. A manicure não ficou tetraplégica por pouco –um centímetro. O tiro, dado nas costas, perfurou o seio esquerdo e ainda causa uma dor contínua. Somada às memórias, a dor a impede de dormir. Além de não pedir o celular nem a bolsa, o criminoso não levou nada após o disparo. A manicure diz que não tem inimizades nem imagina quem seja o bandido. "Já estão atacando até de dia, não tem como se sentir seguro. Não tenho ideia de quem foi ou por que fez isso, mas deve ser esse 'serial killer'", conclui, mencionando uma das linhas de investigação da polícia. A amiga que estava com ela também foi alvejada –o motoqueiro fez dois disparos em sua direção, mas errou. O marido, com quem é casada há dois anos, foi quem correu ao local para socorrê-la. "Ele é caminhoneiro e está em depressão, fica pensando na cena. Todos estamos assim. Minha amiga está em choque, escuta qualquer barulho e começa a tremer. É só fechar os olhos e os pesadelos começam." A jovem, que gostava de passear nos fins de semana, diz que perdeu a motivação. "Não sei se vou conseguir voltar a sair ou me sentir bem na rua", conclui.