quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Marina diz que foi pouco votada no Acre porque não é herdeira ...


A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, foi duramente questionada pelo apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, sobre o uso do avião durante a campanha de Eduardo Campos, que está sendo investigado pela Polícia Federal. Marina disse que não tinha qualquer informação sobre possíveis ilegalidades referentes à postura dos donos da aeronave. "Sabíamos que se tratava de um empréstimo, que seria ressarcido pelo comitê financeiro no encerramento da campanha eleitoral", afirmou.
"Mas uma coisa é certa: para além das informações do partido há a investigação da PF e nosso interesse é de que essa investigação seja feita com rigor para que a sociedade possa ter esclarecimentos e não se cometa uma injustiça contra a memória de Eduardo Campos", acrescentou.
>> Pesquisa CNT: Dilma tem 34,2% das intenções de voto; Marina, 28,2%; e Aécio, 16%
>> Ibope: Marina abre 10 pontos sobre Aécio e venceria Dilma no 2º turno
>> Candidatos a presidente da República participam de primeiro debate na TV
Marina Silva foi questionada sobre o fato de ter ficado em terceiro lugar no Acre, seu estado de origem, nas eleições de 2010, com a metade dos votos do então candidato José Serra. "Esse terceiro lugar não estava tão distante do segundo, que foi a Dilma. É muito difícil ser profeta em sua própria terra. Tem que confrontar os interesses econômicos. Desde os 17 anos eu tive que confrontar muitos interesses ao lado de Chico Mendes, na defesa dos índios. Tive que fazer uma trajetória que não foi fácil. Era candidata por um partido pequeno, lutando contra duas máquinas poderosas com pouco tempo de propaganda. Mesmo assim, fiquei próximo à candidata do PT", explicou.
E a candidata do PSB foi mais longe, ressaltando que foi pouco votada no Acre por que só os herdeiros políticos e os ricos empresários que assassinaram Chico Mendes dão as cartas: "Não sou filha de político tradicional. Não sou filha de empresário. Nunca tive concessão de rádio ou televisão. Mesmo assim, os acreanos foram muto generosos comigo".
Marina também foi questionada sobre as divergências com o seu vice, Beto Albuquerque, quanto a pesquisas embrionárias e transgênicos. "Nós somos diferentes nesses pontos, mas a nova política que pretendemos fazer sabe trabalhar na diversidade e na diferença", ressaltou. "Agora, o fato de o Beto ter uma posição diferente da minha em relação a transgênicos é um aspecto. Há uma lenda de que eu sou contra os transgênicos, mas isso não é verdade. Sabe o que eu defendia quando era ministra do Meio Ambiente? Um modelo de coexistência: área de transgênico e área livre de transgênico", declarou.
Segundo afirmou, ela e Albuquerque têm uma "visão diferente" em relação a temas como transgênicos e células-tronco, mas tiveram um trabalho conjunto no Congresso quando ele foi o relator da Lei de Gestão de Florestas Públicas. "[Ele] me ajudou a aprovar a Lei da Mata Atlântica e tantas outras medidas importantes para o meio ambiente", disse.
"Gostaria de dizer que um dos projetos mais importantes da história é que possa renovar a política. A velha política tem sido motivo de contenda, da luta do poder pelo poder. Para mim deve ser utilizada para unir as pessoa, para que mesmo com interesses diferentes seja capaz de mediar os conflitos e fazer o melhor para o povo. Me ajude a ser a primeira presidente a assumir o compromisso de ter uma agenda para mudar o Brasil", encerrou Marina.
O que se viu na entrevista de Marina Silva ao JN foi que, em nenhum momento, ela teve aquele gesto que parece educado, mas não deixa de ser sabujo nos agradecimentos de subserviência.