quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Enfermeira é condenada por ajudar a esconder corpo de babá nos EUA

Ao lado de seu advogado, Dea Millerberg chora durante depoimento no tribunal em Ogden, Utah, na quinta-feira (21) (Foto: AP Photo/The Salt Lake Tribune, Rick Egan, Pool)

Ao lado de seu advogado, Dea Millerberg chora durante depoimento no tribunal em Ogden, Utah, na quinta-feira (21) (Foto: AP Photo/The Salt Lake Tribune, Rick Egan, Pool)
Dawn Miera, mãe de Alexis Rasmussen, fala com repórteres após a condenação de Dea Millerberg (Foto: AP Photo/Rick Bowmer)
Dea Millerberg, acusada de ajudar o marido a esconder em uma floresta o corpo de uma babá adolescente, após uma noite de sexo e drogas, foi condenada a até cinco anos de prisão. A mulher, de 41 anos, recebeu sua sentença nesta quinta (21), em Ogden, Utah.

Chamando o crime de hediondo e depravado, o juiz W. Brent West afirmou que teria estipulado uma pena mais severa, se não fosse pelo acordo feito com a promotoria para conseguir o testemunho de Millerberg contra o marido.

“Ela perdeu completamente o bom senso e não teve condições de ajudar Alexis quando esta mais precisou dela”, disse West, enquanto Millerberg chorava e soluçava.

A promotoria diz que Millerberg e seu marido mantinham um relacionamento que envolvia sexo e consumo de drogas com Alexis Rasmussen, de 16 anos, e que levou à morte da adolescente por overdose em 2011. Rasmussen tinha um amigo que vivia em frente à casa dos Millerbergs, e eles começaram a fornecer drogas a ela em troca de serviços de babá.

Ela estava desaparecida havia mais de um mês quando um homem que ajudou Eric Millerberg a transportar o corpo da jovem levou a polícia ao local onde ela havia sido deixada.
Dawn Miera, mãe de Alexis Rasmussen, fala à
imprensa após a condenação de Dea Millerberg
(Foto: AP Photo/Rick Bowmer)
A morte de Rasmussen, no entanto, não foi declarada homicídio. Se Dea Millerberg não tivesse afirmado em seu depoimento que o marido injetou heroína e meta anfetamina na garota, os promotores não poderiam condená-lo.
“Ele foi o principal responsável por essa ação”, disse o promotor do condado de Weber, Dee Smith. Dea Millerberg, que é enfermeira, declarou que tentou reanimar a vítima, mas não conseguiu. O casal então colocou sua filha mais nova no carro, deixando em casa uma criança de seis anos, e dirigiu até o local onde deixou o corpo de Rasmussen.

A mãe da adolescente, Dawn Miera, afirmou estar satisfeita com a sentença e pronta a superar o caso. “Fico remoendo, pensando no que poderia ter feito para que as coisas fossem diferentes, e me pergunto se ela faz o mesmo”, disse, sobre Millerberg.

O advogado de Millerberg, Michael Bouwhuis, pediu a liberdade condicional, alegando que sua cliente está longe das drogas há três anos, desde a morte de Rasmussen, e recentemente reconquistou a guarda de seus filhos. Millerberg teve um relacionamento instável com sua mãe, começou a beber aos 13 anos e passou a usar drogas. Ela também sofreu abusos de Eric Millerberg e de seu primeiro marido, segundo o advogado.

Usando uma camisa de mangas curtas e um pingente com uma pequena cruz de prata, uma chorosa Dea Millerberg se dirigiu à mãe da adolescente no tribunal e pediu desculpas. “Gostaria apenas de dizer que estou chocada e enojada pelo que fiz”, disse.

Millerberg declarou-se culpada em junho por três crimes, incluindo profanação de cadáver. O defensor do condado disse na quinta que ficou satisfeito com a sentença de um caso que chamou de difícil. “É o tipo de coisa que faz você abraçar seus filhos à noite”, disse.