Aiala Jessica Stramaglia nasceu
em Feira de Santana no dia 5 de agosto de 1989, mas, aos quatro meses de
idade, foi adotada pelo casal de italianos Vincenzo Stramaglia e
Giuseppina Maramo. Hoje, aos 25 anos, ela é formada em biomedicina e
vive na província de Avellino, perto de Nápoli, no sul da Itália, com o
pai adotivo, já que a Giuseppina morreu há 13 anos. A jovem tem buscado a
mãe biológica, Maria Sônia de Oliveira Santos, há cerca de cinco anos
e, segundo informações conseguidas por Aiala, a mulher, que hoje teria
42 anos, pode viver em Vitória da Conquista. Já se sabe também os nomes
de seus avós maternos: Otaviano de Oliveira Santos e Laurita Rosa dos
Santos. “Minha mãe (biológica) vivia na casa de um casal, em Feira de
Santana, quando eu nasci. Eles me disseram que, depois que eu parti para
a Itália, ela foi para Vitória da Conquista, mas não sei se ela
continua ali”, contou Aiala em entrevista ao Bahia Notícias. Maria Sonia
tinha 18 anos quando deu a luz ao bebê. Abandonada pelo pai da criança e
sem condições de criá-la, a empregada doméstica aceitou a sugestão dos
patrões, que tinham amigos italianos interessados na adoção.
Aiala ainda no Brasil com o pai adotivo Vincenzo Stramaglia / Foto: Arquivo Pessoal
Aiala sempre
soube das suas origens, mas o desejo e a ansiedade para encontrar a mãe
biológica aumenta a cada dia, ainda mais após a perda da mãe adotiva.
“Quanto mais passa o tempo, mais diminuem a probabilidade de
encontrá-la. Os meus pais são fantásticos, eu os amo imensamente. Mas eu
sou brasileira. Alguém fez a escolha certa e me deu uma vida melhor,
uma vida feliz. Também tive o azar com a morte da minha mãe, quando eu
era pequena. Mas eu sou formada, noiva há oito anos, amada por todos os
parentes e isso é mérito da minha mãe biológica. Ela não ficou comigo
porque estava sozinha e era pobre, não porque não me queria. O meu pai
eu nem sei se sabe que eu nasci, ele a abandonou. A escolha da minha mãe
eu vejo como um ato de amor. Eu a procuro para dizer obrigada. Acho que
ela pensa em mim, mas não tem como me encontrar ou, quem sabe, não quer
perturbar a minha vida”, explica a jovem, que é filha única e tem
esperança também de encontrar eventuais irmãos.
Giuseppina Maramo, mãe adotiva, com Aiala ainda no Brasil, antes da ida para a Itália, em 1989 / Foto: Arquivo Pessoal
Ela não fala
português, mas tem buscado com determinação maneiras para encontrar sua
mãe. Aiala tem estabelecido contato com muitos brasileiros nas redes
sociais e usa o tradutor do Google para se comunicar. No entanto, a
barreira linguística é um problema para ela. Além disso, caso encontre o
paradeiro da mãe e ela deseje conhecer a filha, existe um outro
obstáculo entre as duas. “Estou buscando uma maneira para ir ao Brasil. A
Itália vive uma profunda crise econômica e o desemprego entre os jovens
é de 40%. A empresa do meu pai não vai muito bem e eu não encontro
trabalho”, conta a biomédica.
Maria Sônia de Oliveira Santos, mãe biológica de Aiala, aos 18 anos / Foto: Arquivo Pessoal