Um homem suspeito de ter contraído o vírus do ebola durante uma recente
viagem de negócios a Serra Leoa - um dos quatro países da África
Ocidental atingidos pela pior epidemia da história da doença --morreu em
um hospital em Jeddah, segundo informou nesta quarta-feira (6) o
Ministério da Saúde da Arábia Saudita. Se confirmado, esta será a
primeira morte causada pelo vírus fora da África.
"Um homem
saudita, suspeito de ter sido infectado pelo vírus do ebola, faleceu às
8h45 [14h45 de Brasília] desta quarta-feira em um hospital especializado
em Jeddah", diz o comunicado do Ministério da Saúde.
Segundo a
nota, material coletado do doente foi enviado a um laboratório dos
Estados Unidos recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e
também para um laboratório certificado na Alemanha, para testes. O
Ministério da Saúde saudita disse que está trabalhando para rastrear a
rota de viagem do homem e monitorar as pessoas que tenham entrado em
contato com ele.
De acordo com o site da rede "Al Jazeera", o
governo saudita suspendeu a concessão de vistos para peregrinos de
países da África Ocidental para conter os riscos de disseminação da
doença.
Em Genebra (Suíça), especialistas da OMS estão reunidos
em um encontro de dois dias para discutir uma resposta à epidemia.
Segundo a "BBC News", os especialisras vão decidir se o órgão vai
declarar uma emergência de saúde global.
Um comunicado da OMS
divulgado nesta manhã informa que 932 pacientes na África Ocidental
morreram vítimas do vírus do ebola até agora, a maior parte na Libéria.
Os especialistas em saúde também estão cada vez mais preocupados com o
registro de novos casos na Nigéria, nação mais populosa da região. Hoje,
uma enfermeira que tratou um paciente com ebola se tornou a segunda
pessoa a morrer com a doença no país.
O ministro da Saúde da
Nigéria, Onyebuchi Chukwu, descreveu a epidemia de ebola como uma
emergência nacional, acrescentando que "todos no mundo correm risco" por
causa das viagens aéreas.
O ebola é uma febre hemorrágica,
transmitida por vírus, e é uma das doenças mais mortais já conhecidas,
com uma taxa de fatalidade de até 90%.