A engenharia ainda não conseguiu
se igualar à natureza quando o assunto é voar, segundo um estudo que
compara colibris a helicópteros.
Os pesquisadores afirmam que as "melhores"
espécies dos passarinhos são 20% mais eficientes que um dos mais
avançados micro-helicópteros do mundo.Quando se comparam helicópteros à média dos beija-flores, a tecnologia consegue empatar.
O estudo, coordenado pelo professor David Lentink, da universidade de Stanford, na Califórnia, foi publicado na revista especializada Interface da Royal Society Journal britânica.
"Imagine um pássaro de 4g: as forças são mínimas", ele afirmou à BBC.
"O resultado disso é que o arrasto nas asas de um beija-flor nunca foi medido com precisão."
O arrasto é a força contrária à força criada pelo bater das asas dos colibris.
Lentink e sua equipe tentaram verificar se as asas do beija-flor são mais eficientes – ou seja, se aplicam menos energia para superar a força do arrasto – do que as lâminas da hélice de um helicóptero de dimensões parecidas.

Imagens em câmera lenta ajudaram os cientistas a calcular a eficiência do pássaro
Para realizar as medições em laboratório, os cientistas usaram asas de espécimes de colibri mantidos em museus.
Girador de asa
As asas, avulsas, foram conectadas a um equipamento chamado girador de asa. Desta forma, a equipe foi capaz de medir exatamente quanta energia precisa ser aplicada no bater de asas para levantar o peso do pássaro.Colaboradores do professor Lentink na universidade de British Columbia, no Canadá, registraram o voo de beija-flores selvagens para medir os movimentos exatos de suas asas – que batem até 80 vezes por segundo.
"Ao combinarmos o movimento das asas com o arrasto (medido em laboratório), pudemos calcular a energia aerodinâmica que os músculos do beija-flor precisam gerar para sustentar o voo parado", afirmou Lentink.
Uma espécie norte-americana de colibri, o Calypte anna, foi o campeão, flutuando com muito mais eficiência do que o helicóptero.
"Isso prova que se formos capazes de projetar asas melhor, podemos construir helicópteros que voam parados com tanta eficiência, se não mais, quanto colibris", disse o especialista.
Ele concluiu ainda que em diversas áreas relativas ao voo, a tecnologia não chega nem perto da natureza.
"Mas, se nos concentrarmos só na eficiência aerodinâmica, estamos mais perto do que nunca."