Alvo de críticas no São Paulo, o lateral-direito Douglas,
recém-chegado ao Barcelona foi um dos casos mais emblemáticos do fim da
janela de transferências
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Por mais que a venda do zagueiro Dória ao Olympique de Marselha tenha sido a mais alta (R$ 30 milhões), a negociação que mais chamou a atenção foi a saída do lateral-direito Douglas rumo ao Barcelona. O jogador, que foi contratado por R$ 12 milhões, era alvo constante de críticas da torcida do São Paulo, mas mesmo assim se transferiu para o poderoso time catalão.
Empresário de atletas como Jucilei e William José, Nick Arcuri acredita que os clubes da Europa passaram a olhar mais para o seu próprio continente. "Existe muita oferta dentro do próprio mercado europeu. Os clubes preferem correr menos risco. Hoje no Brasil são poucas as oportunidades de contratar jogadores e eles também priorizam o mercado europeu por causa da adaptação e dentro do Brasil também não está barato. O preço dos jogadores inflacionou muito".
Já o também agente Fernando Garcia avalia que o problema está na formação dos atletas no Brasil. "As bases são menosprezadas. Os clubes gastam milhões investindo em categorias de base, mas não lançam jogador. O treinador no Brasil tem medo de escalar o jovem e prefere apostar em jogadores mais velhos", diz.
'Scout'
Titular do Corinthians após a saída de Paulo André, Cleber se destacou e foi vendido ao Hamburgo, da Alemanha, por 2 milhões de euros (R$ 6 milhões). Para Garcia, que é agente do zagueiro, o jogador que pretende sair deve apresentar bons números. "O que importa para os clubes da Europa na hora de contratar é o 'scout' do jogador. Se ele acerta passes, faz desarmes, é isso que é mais importante".
Mesmo assim, o último dia da janela de transferências ainda proporcionou algumas emoções. Após perder Falcao García e James Rodríguez na mesma janela, o Monaco consultou o Cruzeiro e fez propostas por Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, principais destaques do líder do Brasileiro. Após as recusas, Garcia elogiou o diretor de futebol da equipe mineira, Alexandre Mattos. "Ele sabe a hora certa de vender. Não pode se livrar de um jogador antes dele valorizar. Se o jogador dele vale 15, não pode vender por 5. Ele trabalha com responsabilidade".