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França confirmou que militantes islâmicos da Argélia ligado ao grupo
extremista que se autodenomina Estado Islâmico (EI) decapitaram o
turista francês Herve Gourdel, capturado no domingo.
A organização
Jund al-Khilifa (soldados do califado) matou Gourdel, que tinha 55
anos, depois que expirou o prazo para que a França suspendesse os
ataques aéreos contra o EI no Iraque.O presidente francês, François Hollande, afirmou que o assassinato foi um ato "cruel e covarde" e que os ataques aéreos continuarão.
A Jund al-Khilifa postou na internet um vídeo de Gourdel sendo assassinado com o título de Mensagem de sangue para o Governo da França.
O EI já decapitou três reféns ocidentais desde agosto, todos sequestrados na Síria: os jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, e o britânico David Haines, que trabalhava com assistência humanitária. Suas mortes foram filmadas, e as imagens foram divulgadas na internet.
No domingo, a organização afirmou que continuará atacando cidadãos americanos e de outros países do Ocidente, "especialmente os mal-intencionados e imundos franceses".
Ultimato
A polícia vinha guardando a casa de Gourdel na cidade francesa de Nice. Ele trabalhou como guia de montanha no parque nacional de Mercantour, no norte da cidade.Ele também organizou caminhadas pelas montanhas Atlas, no Marrocos por cerca de 20 anos, segundo a agência de notícias AFP.
No vídeo do assassinato, a vítima parece de joelhos, com as mãos para trás e na presença de quatro homens mascarados e armados.
Ele é autorizado a expressar rapidamente seu amor por sua família antes que um militante lesse um discurso no qual denuncia as ações dos “cruzados criminosos franceses” contra os muçulmanos na Argélia, Mali e Iraque.
A decapitação, segundo o porta-voz, é para "vingar as vítimas na Argélia (...) e apoiar o califado" proclamado pelo EI no Iraque e na Síria.
A organização Jund al-Khilafa jurou fidelidade ao "EI" em 14 de setembro.
Até lá o grupo era conhecido por fazer parte da rede al-Qaeda no Maghreb Islâmico.
O grupo fez de Mohamed Merah, um cidadão francês de origem argelina, membro da organização depois que ele assassinou sete pessoas na cidade de Toulouse em 2012, segundo rádios francesas.
Os militantes afirmaram estar respondendo ao pedido do "EI" para atacar vítimas em retaliação.
Na terça-feira o presidente Hollande disse: "não vamos ceder a nenhuma chantagem, nenhuma pressão, nenhum ultimato, não importa o quão odioso e desprezível".
A posição oficial francesa é não negociar com grupos militantes, mas relatos foram vazados de que cidadãos franceses teriam sido libertados no oeste da África após o pagamento de resgates.