
Foto: Reprodução/ Defensoria Pública de Tocantins
Quatro meses após afirmarem ter sofrido
tortura dentro de uma unidade prisional em Araguaína, Tocantins, dois
presos foram decapitados no presídio de Cariri na última sexta-feira
(5). Alessandro Rodrigues de Castro, 24, e Vinícius Dias da Silva, 30,
juntamente com mais outros dois internos, relataram à Defensoria Pública
do Estado que agentes de segurança usaram pistola de choque em detentos
rendidos e atiraram o que parecem ser balas de bolacha contra presos
desarmados. O flagrante também foi feito em vídeo e divulgado após os
depoimentos. O defensor público Sandro Ferreira Pinto disse à Folha de
S. Paulo ser “temerário” afirmar que há relação das mortes com a
denúncia, mas afirma que a hipótese deve ser investigada, porque “os
indícios são muito fortes”. “A impressão que passa é que qualquer um que
denuncie a arbitrariedade policial terá esse fim”, diz. A Defensoria
questiona o motivo de os dois presos decapitados não terem sido
colocados em uma cela protegida, o chamado “seguro”. Para a Defensoria,
houve “no mínimo” omissão do Estado. “Esse tipo de crime [decapitação]
você vê em rebelião quando a cadeia está na mão dos presos, não em um
dia normal”, declarou Sandro Ferreira. O governo do Tocantins afirmou,
em resposta por e-mail, que “não há relação” das mortes com a denúncia
de tortura e que foi instaurado inquérito policial para investigar o
crime e identificar os autores.
Extraída do Bahia Notícias