Uma série de mortes de gatos por envenenamento tem
deixado moradores do bairro de Piatã, em Salvador, assustados. Segundo a
psicóloga Solange Diaz, o caso tem sido frequente desde abril e,
somente na primeira semana de junho, foram identificados por ela e seus
vizinhos cerca de 5 gatos mortos na região.
Porém, o problema da psicóloga não tem ficado apenas
no encontro de animais mortos pelo bairro, mas também no registro das
ocorrências, para identificação das causas das mortes.
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Gato que apareceu morto no começo de junho e foi enterrado após B.O (Foto: Reprodução/ Facebook: Solange Diaz)
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um bicho morto no colo, ela esteve, durante uma semana, frequentando a
12ª Delegacia de Polícia, no bairro de Piatã, para realizar o boletim de
ocorrência (BO), mas teve problemas no atendimento. "A atendente foi
irônica e disse que era para eu continuar enterrando os gatos", contou
Diaz.
A denunciante também falou da dificuldade para
conseguir realizar o exame toxicológico, mesmo com uma guia da delegada
em mãos. "Disseram no DPT que só aceitavam as vísceras do animal. Me
informaram que eu deveria me dirigir a uma clínica ou ao hospital
veterinário da Ufba, para que eles extraíssem as vísceras e o estômago
do animal, fazendo após o exame toxicológico", afirmou.
Em conversa com o iBahia, a vereadora Ana
Rita Tavares, que tem acompanhado o caso, afirmou que isso "demonstra o
desconhecimento da legislação federal que protege os animais e
caracteriza como crime os maus tratos". Além disso, ela salientou que o
problema é grave, "por ter sido utilizado uma droga legal".
Outros moradores do bairro de Piatã tem registrado o
mau cheiro, decorrente, muitas vezes, de animais mortos em matos. "Tem
sido frequente o encontro de bichos mortos pela região. A suspeita é de
que sejam envenenados por chumbinho ou outro substância com mesmo
efeito", revelou uma moradora, que preferiu não se identificar.
Projeto
De acordo com a vereadora, foi apresentado na Câmara
Municipal de Salvador, um projeto para que o Governo da Bahia autorize o
DPT, ligada à Secretaria de Segurança Pública (SSp), a realizar perícia
para identificação da causa da morte de animais, em que casos que não
se restrinjam à contaminação por substância tóxica.
Atualmente, nos casos em que há suspeita de
envenenamento por material tóxico, como o chumbinho, por exemplo, a
delegacia emite uma guia para a realização do exame que vai identificar a
substância utilizada. “Na maioria das vezes, esses agentes sequer
conhecem a Lei 9.605/98, que prevê a pena de detenção de 3 meses a 1 ano
e multa para os casos da prática de maus-tratos”, diz Ana Rita.
Cão morto à tiros
Neste fim de semana, um vídeo registrou a morte de um cachorro por um policial militar em Teixeira de Freitas,
cidade do sul da Bahia, que chamou a atenção da população local. Nas
imagens, é possível observar o momento em que o PM se aproxima da
vizinha, que passeava com dois cachorros, e atira em um dos animais após
ele fazer xixi no gramado da casa dele.