Quando questionada sobre como se sente ao
receber “apelidos maldosos” dos coleguinhas da escola onde estuda, a
adolescente Acácia Morais, 10 anos, não pensa duas vezes ao responder:
“Triste”. Muitas vezes, as ofensas, confundidas com um tipo de
brincadeira, provocam diversos problemas às vítimas, como dificuldades
de socialização e até desestímulo de convívio escolar. É o chamado bullying , termo de origem inglesa utilizado para definir atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos.
Para que os problemas enfrentados por
Acácia e milhões de pessoas no Brasil sejam evitados, policiais da Base
Comunitária de Segurança da Chapada do Rio Vermelho realizaram, na manhã
desta quarta-feira (11), no Centro Educacional Pincel Mágico, uma
palestra explicativa sobre o assunto. Com cartilhas de orientações e
muita informação sobre os tipos de bullying mais comuns, os
soldados (e também educadores) Joílson Ferreira e Lucas de Souza
explicaram aos alunos das turmas do 5º e 6º ano as consequências desta
prática no ambiente escolar.
“Utilizamos a experiência do contexto
social das crianças para discutir o problema, muito comum neste período
da vida escolar”, contou o soldado Lucas, também formado em Letras.
Segundo ele, as práticas de bullying mais comuns são relacionadas à
sexualidade, ao gênero, raça e religião. “Nenhuma criança nasce com
referências negativas ou positivas. A família tem uma participação muito
importante nesta construção”, enfatizou
E não faltaram queixas. “Só porque sou o
menor da turma ficam me chamando de anão de jardim. Eu não gosto
disso”, desabafou Henrique Nonato Argolo, 10 anos. Por conta da ação dos
colegas, diz achar feio pessoas de pequena estatura. “Se pudesse seria
muito mais alto”, confessou.
O aumento das queixas de bullying, na
diretoria da escola onde estudam Acácia e Henrique, fez com que a
coordenadora pedagógica da instituição, Sheila Novaes procurasse o apoio
dos policiais da BCS no trato do assunto com os adolescentes. “Como
são inúmeros os relatos de meninos e meninas que sofrem diversos tipos
de ofensa e preconceito, achamos importante levantar esse debate a
respeito da diversidade, não apenas no ambiente escolar, mas em toda a
sociedade”, afirmou. Já a diretora da instituição, Ana Tereza Tavares,
ressaltou a importância da família no reforço da educação, do respeito e
da tolerância também dentro de casa.
Fonte: Kelly Hosana