No dia em que se
comemora o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, o deputado federal
Gonzaga Patriota (PSB) relembrou a importância do Projeto de Lei (PL nº
6.569/2013), de sua autoria, que propõe a interligação da hidrovia do
São Francisco com a Bacia Amazônica.
Patriota relatou que
inicialmente expôs esta ideia em 1995, quando apresentou, por meio do
Projeto de Lei nº 250, que incluía, no Plano Nacional de Viação,
aprovado pela Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, a implantação de
bacia hidrográfica que interligasse o Rio Preto, no Estado da Bahia, ao
Rio Tocantins, no então Estado de Goiás, de maneira a assegurar a
navegação desde o Rio São Francisco até o Rio Amazonas.
Segundo o deputado, o
projeto ficou esquecido, sem que lhe desse a devida importância. E em
setembro do ano passado, o parlamentar voltou a apresentar o mesmo
texto, agora sob a numeração de Projeto de Lei nº 6.569, de 2013, na
esperança de que a ele fosse dada a atenção que o grave assunto merece.
Ainda segundo o
socialista, a situação do rio São Francisco, em nossos dias, é
catastrófica. À patente redução das águas em toda a Bacia soma-se a seca
verificada na própria nascente, localizada no Parque Nacional da Serra
da Canastra, em Minas Gerais. Tão grave fato, é verdade, se deve à
sucessão de secas nos últimos três anos, mas a devastação do curso do
rio ocorre há tempos.
Gonzaga Patriota lembrou que foi autor do livro intitulado O rio São Francisco está morrendo,
obra em que conclamou toda a sociedade brasileira a empreender esforço
conjunto no sentido de salvar o Rio da Integração Nacional.
Para o deputado, a integração entre os rios São Francisco e Tocantins não pode mais esperar.
“Lamentavelmente, há
hoje trechos do Velho Chico que podem ser atravessados a pé. Faz-se
urgente, pois, que as bacias nordestinas sejam abastecidas com água em
abundância, e não há que esperar apenas pelas chuvas, nada amigáveis nos
últimos tempos. Nesse contexto, a integração entre os rios São
Francisco e Tocantins não se pode mais fazer esperar, em especial se
compararmos a vazão média deles que é, respectivamente, de 2.800 e
11.000m³/segundo”, falou.
Patriota ainda disse que
o Projeto não configura apenas uma tarefa parlamentar, é uma questão
que deve ser resolvida para dar sentido à fecundidade da terra, do
trabalho para a riqueza do homem, para o Nordeste, dádiva primeira do
rio São Francisco.
“A garantia de oferta de
água é decisiva para o desenvolvimento dos Estados brasileiros
tradicionalmente mais vulneráveis à seca, e a interconexão entre as
bacias existentes no Nordeste e o São Francisco devem, e merecem, contar
com o aporte desse bem tão precioso, e que o Tocantins pode lhes
prover. Quem sabe assim o Velho Chico, de maneira inequívoca, finalmente
cumpra a missão que lhe valeu a alcunha de Rio da Integração Nacional”,
finalizou.