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Grécia deve muito dinheiro. Em 2012, o país fez um empréstimo de 240
bilhões de euros da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e
do FMI para escapar do colapso econômico.
Para curar os males da
economia grega, os credores insistiram numa série de cortes nos gastos
públicos como condição dos empréstimos.No entanto, alguns gregos acham que a cura é pior do que a doença.
O país terá uma escolha difícil nas eleições deste domingo: aceitar a austeridade na esperança de um futuro melhor ou romper as condições do acordo e arriscar ser expulso da zona do euro.
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Em resposta à crise, o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, e seu partido, o conservador Partido da Nova Democracia, apresentaram um programa de cortes em serviços públicos para equilibrar as contas do país.
O desemprego é alto na Grécia, milhares de funcionários públicos perderam seus empregos e aposentadorias e benefícios também foram cortados.
Samaras diz que seu governo não teve escolha a não ser executar os ajustes, mas afirma que os cortes funcionam e que a economia está melhorando.
O Syriza, um partido de esquerda que é contra as medidas de austeridade, diz que o país simplesmente não consegue pagar suas dívidas.
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O partido afirma que a Grécia está gastando tanto dinheiro pagando os empréstimos que não consegue investir para promover crescimento e criar empregos. E isso estaria estrangulando a economia.
Por isso, o Syriza, que vem ganhando força na Grécia, quer que o BCE e o FMI cancelem pelo menos metade da dívida. Mas as organizações que emprestaram dinheiro para o país dificilmente aceitarão a proposta.
Os gregos podem não pagar e deixar para trás tanto a zona do euro quanto suas dívidas, mas precisariam estabelecer uma nova moeda e não poderiam pegar mais dinheiro emprestado.
Também seria caro para a Grécia criar uma nova moeda. A manobra poderia resultar em uma economia mais competitiva, mas a curto prazo, os gregos que têm poupanças perderiam a maior parte de seu dinheiro e as importações se tornariam muito caras.