quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Fórum é incendiado no interior do Maranhão após juiz negar cassação de prefeito

O Globo -  O Fórum do município de Buriti (a 316 km de São Luís) foi incendiado por um grupo de moradores no fim da tarde de terça-feira. Os moradores ficaram revoltados com a decisão do juiz Jorge Antônio Sales Leite, que negou o pedido de cassação do prefeito Rafael Mesquita Brasil (PRB) e de seu vice, Raimundo Nonato Mendes Cardoso, o “Raimundo Camilo”, também do PRB. O prefeito é acusado de captação ilícita de sufrágio (compra de votos), nas eleições de 2012, e de improbidade administrativa, por falta de prestação de contas durante sua gestão.
De acordo com dois funcionários do Fórum Desembargadora Maria Madalena Alves Serejo, ouvidos pelo GLOBO, a decisão do juiz ocorreu na manhã de terça-feira. No começo da tarde, já se viam moradores reunidos em frente ao edifício, armados de paus, pedras e gasolina, para investir não só contra o prédio, mas também contra o magistrado.
Após invadir o Fórum, a população queimou quase todos os móveis que estavam nos diferentes cômodos do prédio. O juiz Jorge Antônio Sales conseguiu fugir da multidão, que, segundo os funcionários do Fórum, ainda tentou amarrá-lo.
O tumulto só foi contido com a chegada de mais de 20 homens do Batalhão da Polícia Militar de Chapadinha, que fizeram um cordão de isolamento em frente ao Fórum e levaram o juiz Jorge Leite para um local seguro.
Muitos documentos, computadores e urnas eletrônicas também foram queimados no incêndio.
Funcionários do prédio ajudaram a apagar o fogo e a retirar documentos ameaçados de ser atingidos pelas chamas. Peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) estiveram no local e estão avaliando os prejuízos causados pelo ataque.
A Polícia Militar informou que três pessoas foram presas, acusadas de participar do incêndio ao Fórum. Um homem que teria liderado a ação – identificado como Lourival Batista, irmão do candidato derrotado em 2012, Lourinaldo Batista da Silva, o “Naldo” (PHS) – está sendo procurado pela polícia.