terça-feira, 9 de setembro de 2014

Envolvido na morte do delegado Clayton Leão é localizado no MS



Foto: Camaçari Notícias

Foragido do Complexo Policial dos Barris, desde janeiro de 2011, Renildo Nascimento de Jesus, o “Chicó”, de 37 anos, um dos autores do homicídio do delegado Clayton Leão, morto em 26 de maio de 2010, na estrada das Cascalheiras, em Camaçari, foi capturado na cidade de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, e recambiado para Salvador, na tarde de sexta-feira (5), por investigadores do Grupo de Apreensão e Captura (Grac), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O Preso

Com mandado de prisão preventiva em aberto, expedido pela 1ª Vara Criminal de Salvador, pelo latrocínio de Jair Rosado Nascimento Oliveira, o criminoso foi localizado num alojamento de trabalhadores, na Rua Alfredo de Castilho, no bairro Santa Rita, no município sul-matogrossense, em 14 de agosto. Conduzido pelos policiais à 3ª Delegacia de Três Lagoas, Renildo teve o mandado cumprido pelo delegado da unidade Orlando Vicente Abate Sacchi.

Segundo o diretor adjunto do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado José Bezerra, na noite de 5 de janeiro de 2011, na Avenida Pinto de Aguiar, Renildo, junto com dois comparsas, na tentativa de roubar o veículo Crossfox, cor amarela, placa NPP 7421, de Jair Rosado, deflagrou dois tiros contra a vítima, que morreu ainda no local. Ele chegou a ficar custodiado no Complexo dos Barris, fugindo dias depois.
Suspeito de cometer vários assaltos em Camaçari e ter envolvimento em outros homicídios na cidade, Renildo está preso na Unidade Especial Disciplinar (UED), do Complexo Penitenciário de Mata Escura, onde aguardará julgamento dos crimes praticados.


 

Morte de delegado: histórico

O delegado Clayton Leão Chaves foi morto na manhã do dia 26 de maio de 2010, na estrada da Cajazeira de Abrantes, via de ligação entre a Estrada do Coco e a Via Cascalheira em Camaçari (BA). Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia, no momento do crime, o delegado concedia entrevista aos radialistas Marco Antonio Ribeiro e Raimundo Rui, da Rádio Líder FM de Camaçari.

O policial morreu na hora. Ele foi atingido por dois tiros na cabeça. Um terceiro disparo acertou a lateral do carro. No áudio da rádio é possível ouvir o delegado dizer: "Peraí, peraí" e, em seguida, os tiros, a voz de pelo menos dois interlocutores - suspeitos de serem os atiradores - e os gritos da mulher do delegado, desesperada ao ver o marido baleado. Ela grita: "Pelo amor de Deus, mataram o Clayton aqui na [estrada da] Cascalheira."

"Eu estava encerrando a entrevista quando aconteceu o crime. Na verdade, ele tinha combinado de dar a entrevista no estúdio da rádio, mas ele não conseguiu ir. A entrevista era para falar do trabalho dele no combate ao tráfico de drogas na região", disse, na ocasião, o radialista Ribeiro, que conversou por cerca de 15 minutos com o delegado.

A Polícia Civil informou que o policial estava no carro com a mulher, que não foi atingida pelos disparos. O delegado tinha parado o veículo para falar ao celular. Neste momento, um grupo de homens armados, em um outro carro, se aproximou e começou a atirar contra Leão.

"Eu ouvi o barulho dos estampidos. Foram dois tiros pelo que deu para ouvir. Em seguida, a mulher dele começou a gritar que ele [Leão] estava baleado e a pedir socorro. Segundo informações que ela passou à polícia, os atiradores estariam em um carro branco com placas vermelhas", disse Ribeiro. O delegado era titular da 18ª Delegacia de Camaçari e chegou a chefiar o COE.