O Ministério Público do Trabalho encontrou nove cortadores de cana em situação semelhante à de escravo, nesta fazenda em
Bauru.
Alguns já estavam há mais de 20 anos sem registro em carteira. O homem
responsável pela contratação dos funcionários foi preso durante a
fiscalização na fazenda na sexta-feira, mas ele foi solto hoje depois de
uma decisão judicial que permitiu que ele responda ao processo em
liberdade.
Oito cortadores de cana não apareceram na audiência, nem foram
encontrados nos alojamentos. Os procuradores já pediram à polícia para
localizá-lo. Enquanto isso, o agricultor terá de depositar as
indenizações em uma conta judicial.
Se o acordo for descumprido, o agricultor pode pagar multa de R$ 5 mil
por dia. Os procuradores do Trabalho também vão mover uma ação na
Justiça para retirar todos os bens do homem responsável pela contratação
e garantir as indenizações aos cortadores de cana que trabalhavam há
anos pra ele.
"Ele não pagava praticamente nada para esses trabalhadores, dava pinga e
droga para eles, então esses bens que ele possui na realidade foram
adquiridos como fruto dessa exploração e em face disso cabe uma ação
civil pública com uma indenização pesada para que isso ocorra para que o
instrumento que ele usa para explorar esses trabalhadores, então, seja
retirado de circulação”, explica o procurador Marcus Vinícius Gonçalves.
Os trabalhadores rurais tem o prazo de um ano para sacar o dinheiro da
indenização. Caso o contrário, o valor é doado a instituições que
combatem o trabalho escravo.
Polícia invadiu a fazenda com autorização da Justiça (Foto: Reprodução / TV TEM)