segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Cortadores encontrados em situação de escravidão serão indenizados

O Ministério Público do Trabalho encontrou nove cortadores de cana em situação semelhante à de escravo, nesta fazenda em Bauru. Alguns já estavam há mais de 20 anos sem registro em carteira. O homem responsável pela contratação dos funcionários foi preso durante a fiscalização na fazenda na sexta-feira, mas ele foi solto hoje depois de uma decisão judicial que permitiu que ele responda ao processo em liberdade.
Oito cortadores de cana não apareceram na audiência, nem foram encontrados nos alojamentos. Os procuradores já pediram à polícia para localizá-lo. Enquanto isso, o agricultor terá de depositar as indenizações em uma conta judicial.
Se o acordo for descumprido, o agricultor pode pagar multa de R$ 5 mil por dia. Os procuradores do Trabalho também vão mover uma ação na Justiça para retirar todos os bens do homem responsável pela contratação e garantir as indenizações aos cortadores de cana que trabalhavam há anos pra ele.
Trabalhador foi encontrado em situação precária em canavial  (Foto: Reprodução / TV TEM)

"Ele não pagava praticamente nada para esses trabalhadores, dava pinga e droga para eles, então esses bens que ele possui na realidade foram adquiridos como  fruto dessa exploração e em face disso cabe uma ação civil pública com uma indenização pesada para que isso ocorra para que o instrumento que ele usa para explorar esses trabalhadores, então, seja retirado de circulação”, explica o procurador Marcus Vinícius Gonçalves.
Os trabalhadores rurais tem o prazo de um ano para sacar o dinheiro da indenização. Caso o contrário, o valor é doado a instituições que combatem o trabalho escravo.
Polícia invadiu a fazenda com autorização da Justiça  (Foto: Reprodução / TV TEM)
Polícia invadiu a fazenda com autorização da Justiça (Foto: Reprodução / TV TEM)