O número foi apresentado pela CDL-Câmara dos Dirigentes dos Lojistas e equivale a 7% da população econômica ativa da Bahia. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o percentual de famílias endividadas no país é o maior desde julho de 2013.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e
Inadimplência do Consumidor, o percentual em agosto deste ano chegou a
63,6%, maior patamar desde julho de 2013, que chegou a 65,2%.
Ainda conforme os dados, o índice de pessoas com dívidas
ou contas atrasadas avançou após três meses de quedas consecutivas. De
18,9% em julho, subiu para 19,2% em agosto. Segundo o estudo o cartão
de crédito é o grande vilão da história.
Para o economista Antônio Britto, quatro fatores levam
ao endividamento das famílias, a falta de planejamento orçamentário, o
nível baixo de renda que faz a maioria da população consumir além da
renda, o estímulo ao consumo e as facilidades dos cartões de créditos.
Cerca de 75,8% das famílias entrevistadas
apontaram o cartão de crédito como principal dívida, seguido pelos
carnês e financiamento de carro. “Não há uma cultura de planejamento
orçamentário nas famílias, isso se agrava ainda mais porque a maioria
das pessoas tende a ter o consumo maior do que o nível de renda, isso
gera uma poupança negativa. Você ganha mil reais e gasta 1500 por
exemplo”, explicou.
“Isso é um grande perigo, pois a partir do momento que
você consome mais que a renda, concorre com os juros altíssimos dos
cartões de créditos ou cheque especial. Ao ano são mais de 200% de juros
embutidos”, acrescenta o economista.
Os juros altos dos cartões de créditos, conforme
Britto, são os maiores problemas, pois comprometem a renda de toda a
família e muitas vezes a dívida se torna uma bola de neve.
“Os juros exorbitantes dificultam ainda mais o consumidor quitar a dívida. O pagamento
mínimo de um cartão de crédito não representa nem 20% da amortização da
fatura e os encargos financeiros imputados pelo cartão são altos”,
disse.
Se planejar financeiramente, consumindo menos que sua
renda é o primeiro passo para não cair na armadilha do endividamento. “O
correto é consumir no máximo até 80% da renda e manter uma reserva de
20%. Lembrando que poupar é diferente de investir. Poupar é guardar, já
investir é comprar algo pensando no futuro”, disse Britto.
Outra dica é a população ter consciência de que existe o
consumo essencial, como plano de saúde, transporte, comida, material
higiênico entre outros, e o consumo induzido, que pode ser retirado ou
reduzido, como festas, cinemas, internet, gastos com telefone.