terça-feira, 25 de março de 2014

Contra racismo no futebol, Ministro do Esporte defende banir torcedores de estádios


Aldo Rebelo
Aldo Rebelo disse que punição deve ser estendida para torcedores estrangeiros
Divulgação
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse nesta terça-feira (25) que torcedores que façam ofensas racistas durante partidas de futebol devem ser banidos dos estádios brasileiros.  Com a proximidade da Copa do Mundo, Rebelo afirmou que para torcedores estrangeiros, além da proibição de entrada nos estádios, também deve ser proibido a permanência no país.
Em uma visita às instalações do estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), que será o centro de treinamento da seleção francesa no mundial, o ministro disse que a punição por meio de multas aos clubes nos casos de racismo é insuficiente.
Na última segunda-feira (24), o Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo determinou que o Mogi Mirim pague uma multa de R$ 50 mil por causa do episódio de racismo protagonizado por torcedores do clube contra o meia Arouca, do Santos. O jogador foi xingado de "macaco" por torcedores na vitória do Santos por 5 a 2 sobre o Mogi Mirim no dia 6 de março.
"É preciso punir rigorosamente o autor da ofensa racista. A multa é uma punição insuficiente, não estou dizendo que seja desnecessária, mas não é suficiente", disse Rebelo.
"O torcedor que se manifestar com ofensas racistas tem que ser identificado e banidos dos estádios. Se for brasileiro, tem que ser banido dos estádios brasileiros. Se for estrangeiro, proibido de entrar no nosso país e de entrar nos nossos estádios", completou o ministro.
Conmebol pune equipe do Peru
Também na segunda-feira, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) puniu o Real Garcilaso, do Peru, com multa de US$ 12 mil (R$ 27,8 mil) e uma advertência contra reincidência por causa das ofensas racistas proferidas pelos seus torcedores contra o volante brasileiro Tinga, do Cruzeiro.
"Pelo que o futebol representa no Brasil, por ser uma plataforma de promoção social, de confraternização, por jovens pobres verem uma janela para a vida através do futebol, não podemos permitir que se torne palco de manifestações racistas", afirmou o ministro.