O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse nesta terça-feira (25) que torcedores que façam ofensas racistas durante partidas de futebol devem ser banidos dos estádios brasileiros. Com a proximidade da Copa do Mundo,
Rebelo afirmou que para torcedores estrangeiros, além da proibição de
entrada nos estádios, também deve ser proibido a permanência no país.
Em uma visita às instalações do estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto
(313 km de São Paulo), que será o centro de treinamento da seleção
francesa no mundial, o ministro disse que a punição por meio de multas
aos clubes nos casos de racismo é insuficiente.
Na última segunda-feira (24), o Tribunal de Justiça Desportiva de São
Paulo determinou que o Mogi Mirim pague uma multa de R$ 50 mil por causa
do episódio de racismo protagonizado por torcedores do clube contra o
meia Arouca, do Santos. O jogador foi xingado de "macaco" por torcedores
na vitória do Santos por 5 a 2 sobre o Mogi Mirim no dia 6 de março.
"É preciso punir rigorosamente o autor da ofensa racista. A multa é uma
punição insuficiente, não estou dizendo que seja desnecessária, mas não
é suficiente", disse Rebelo.
"O torcedor que se manifestar com ofensas racistas tem que ser
identificado e banidos dos estádios. Se for brasileiro, tem que ser
banido dos estádios brasileiros. Se for estrangeiro, proibido de entrar
no nosso país e de entrar nos nossos estádios", completou o ministro.
Conmebol pune equipe do Peru
Também na segunda-feira, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol)
puniu o Real Garcilaso, do Peru, com multa de US$ 12 mil (R$ 27,8 mil) e
uma advertência contra reincidência por causa das ofensas racistas
proferidas pelos seus torcedores contra o volante brasileiro Tinga, do
Cruzeiro.
"Pelo que o futebol representa no Brasil, por ser uma plataforma de
promoção social, de confraternização, por jovens pobres verem uma janela
para a vida através do futebol, não podemos permitir que se torne palco
de manifestações racistas", afirmou o ministro.