
O presidente François Hollande foi até a
sede da revista e convocou uma reunião de crise no palácio presidencial
para as 11h (horário de Brasília). As autoridades também anunciaram que a
região parisiense foi colocada em estado de alerta máximo.
Ao abandonar o prédio, os agressores
atiraram contra um policial, atacaram um motorista e atropelaram um
pedestre com o carro roubado.
Vincent Justin, um jornalista que
trabalha em um edifício próximo à sede da Charlie Hebdo, afirmou que
duas pessoas entraram na redação do semanário e começaram a atirar. De
acordo com Justin, os autores do ataque gritavam a frase “vamos vingar o
profeta”.
O jornal britânico Daily Mail informou
que dois homens mascarados brandindo fuzis Kalashnikov e lançadores de
foguetes abriram fogo contra a equipe da revista.
A France TV noticiou que nesta
quarta-feira acontecia um encontro semanal editorial da revista, o que
significa que todos os jornalistas estavam presentes. Conforme o jornal
The Telegraph, quatro famosos cartunistas teriam morrido no ataque. São
eles: Cabu, Charb, Tignous e Wolinski.
O diretor da revista, Charb (Stéphane
Charbonnier), que está em condições críticas, teria sido ameaçado e tido
a “cabeça” pedida pela rede terrorista al-Qaeda in 2013, de acordo com o
periódico.
Além do episódio de 2011, a
revista Charlie Hebdo publicou caricaturas de Maomé em 2012, forçando a
França a fechar temporariamente suas embaixadas e escolas em mais de 20
países em meio a temores de represálias.
Polêmicas
O cartunista Charb, que pode ter sido uma das vítimas, publicou recentemente uma charge satírica que diz: ”nenhum ataque na França ainda! Espere, nós ainda temos até o final de janeiro para enviar os nossos desejos!”.
O cartunista Charb, que pode ter sido uma das vítimas, publicou recentemente uma charge satírica que diz: ”nenhum ataque na França ainda! Espere, nós ainda temos até o final de janeiro para enviar os nossos desejos!”.
A capa da revista desta quarta-feira traz previsões de “mago”: “em 2015, perco meus dentes… Em 2022, faço o Ramadã!”.
Coincidência ou não, a Charlie Hebdo fez a
divulgação em sua edição desta quarta-feira do novo romance do
controvertido escritor Michel Houellebecq, um dos mais famosos autores
franceses no exterior.
A obra de ficção política fala de uma França islamizada em 2022, depois da eleição de um presidente da República muçulmano.
“As previsões do mago Houellebecq: em
2015, perco meus dentes… Em 2022, faço o Ramadã!”, ironiza a publicação
junto a uma charge de Houellebecq.
Repercussão
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reagiu condenando este ataque terrorista revoltante, e expressou solidariedade com a França na luta contra o terrorismo.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reagiu condenando este ataque terrorista revoltante, e expressou solidariedade com a França na luta contra o terrorismo.
“Os assassinatos em Paris são
revoltantes. Estamos ao lado do povo francês na luta contra o terrorismo
e na defesa da liberdade de imprensa”, declarou Cameron em sua conta no
Twitter.
O vice-primeiro-ministro britânico, Nick
Clegg, disse que a ação foi um “ataque” contra a liberdade de expressão e
manifestou sua solidariedade com “as vítimas, famílias e colegas”.