sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Chuva alaga Baixada Santista mas não enche reservatórios de água em SP

SÃO PAULO - Um temporal atingiu a Baixada Santista no fim da noite desta quinta-feira, pegou moradores e turistas de surpresa e deixou as principais ruas e avenidas alagadas. Entre às 20h de quinta-feira até às 6h desta sexta-feira, choveu 120 mm, ou seja, em 10 horas choveu 54% da média do mês. Os reservatórios que abastecem a Grande São Paulo, como o Cantareira, que se encontram em situação crítica, não foram atingidos por esse temporal.
Três importantes rodovias que ligam o litoral à capital paulista ficaram interditadas. A Anchieta foi interditada duas vezes na sentido litoral-São Paulo por causa de um deslizamento de terra no trecho serra, altura do km 44, o que gerou reflexo no trânsito na cidade. As rodovias Padre Manuel da Nóbrega e Imigrantes chegaram a ficar interditadas por causa de alagamentos, mas foram liberadas por volta das 8h desta sexta-feira.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as cidades mais atingidas foram Santos, São Vicente e Cubatão.
Na Praia Grande, alagamentos interditaram os dois sentidos da rodovia Padre Manuel da Nóbrega. Em São Vicente, a chuva prejudicou os motoristas que não puderam seguir pela Rodovia dos Imigrantes, bloqueada nos dois sentidos na altura do Km 66. O temporal cobriu um canal e abriu uma cratera.
Em Santos, moradores e turistas tiveram dificuldades em voltar para as casas e apartamentos porque ruas e avenidas ficaram alagadas. A avenida Martins Fontes, na entrada da cidade, ficou bloqueada. Pedestres subiram em pontos de ônibus. Uma retroescavadeira ficou coberta. A água invadiu a garagem no subsolo de um prédio na rua Visconde de Faria, bairro Campo Grande. Quinze carros foram retirados às pressas. Em Cubatão, a chuva causou a subida do nível de um rio e a água inundou casas. Vários moradores ficaram desalojados e alguns passaram a noite em uma igreja.
SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA
Diferente da região metropolitana de São Paulo, o sistema de abastecimento de água no litoral não possui represas de acumulação de água bruta. No litoral paulista, a captação de água é feita diretamente no leito de rios provenientes da Serra do Mar.
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Na Baixada Santista, a água é captada em 26 rios e encaminha diretamente a um dos 15 sistemas produtores da região. Das estações de tratamento, a água potável segue para um dos 53 centros de reservação distribuídos nas nove cidades.
Além do sistema de captação ser diferente, o Cantareira está distante a pelo menos 200 km. Desta maneira, a chuva na Baixada Santista não teria condições de encher outros reservatórios.
A Baixada conta com um sistema integrado de abastecimento de água, que no momento opera com 100% de sua capacidade de produção, segundo informações da Sabesp. Mas a companhia continua pedindo para a população economizar água.