Uma dieta mediterrânea é mais eficiente para combater a obesidade do que a simples contagem de calorias, afirmam cientistas.
Eles acrescentam que esse tipo de dieta reduz o risco de ataques cardíacos e derrames.Além disso, na opinião desses especialistas, uma alimentação baseada em frutas, legumes, verduras e cereais seria mais eficiente para a perda de peso do que dietas com baixa ingestão de gordura.
A recomendação foi feita por meio de uma declaração conjunta publicada na revista científica PMJ (Postgraduate Medical Journal, na sigla em inglês) e assinada por nomes de peso como o presidente da Academy of Medical Royal Colleges do Reino Unido, Terence Stephenson, e Mahiben Mara, alto funcionário do NHS (National Health Service, o SUS britânico).
No abaixo-assinado, os especialistas criticaram a indústria da dieta por focar a perda de peso na restrição calórica em vez da "boa alimentação".
Segundo
eles, pesquisas indicam que a dieta mediterrânea, incluindo frutas, legumes e
verduras, cereais e azeite de oliva, reduz rapidamente o risco de ataques
cardíacos e derrames e permitem uma perda de peso mais gradativa a longo prazo.
O autor
do abaixo-assinado, o cardiologista Aseem Malhotra, afirma que as evidências
científicas são "irrefutáveis".
"O
mais importante é dizer às pessoas que elas devem se concentrar em comer
melhor".
Inspirada
pela cozinha tradicional de países como Grécia, Espanha e Itália, a dieta
mediterrânea sempre esteve associada à boa saúde e a corações sadios.
Essa
dieta consiste tipicamente em comer várias porções de legumes e verduras,
frutas frescas, cereais integrais, azeite de oliva e sementes oleaginosas, além
de frango, peixe, carne vermelha, manteiga e gordura animal.
"O
impacto desse tipo de alimentação na saúde do paciente se dá de forma muito
rápida. Sabemos que a tradicional dieta mediterrânea que é rica em gordura –
por meio de testes controlados em grupos aleatórios – reduz o risco de ataque
cardíaco e derrames pouco tempo depois de colocada em prática".
No
artigo, os médicos também dizem que a dieta mediterrânea é três vezes mais
eficiente para a redução da mortalidade em pacientes que já tenham sofrido
ataques cardíacos do que medicamentos para baixar o colesterol.
Para
David Haslam, diretor-presidente do Fórum de Obesidade Nacional do Reino Unido,
a recomendação dos médicos é "bem vinda".
"Uma
caloria não é só uma caloria. É ingênuo pensar que os complexos sistemas de
apetite hormonal e neurológico do nosso corpo respondem a diferentes
substâncias de igual maneira".