Um projeto que usa água da chuva que escorre de telhados de galinheiros é
uma das alternativas do município de Serrinha, na região sisaleira
baiana, para enfrentar o problema da seca, produzir alimentos e gerar
renda para a população carente local.
Iniciado no meio do ano com uma experiência piloto, o projeto “2ª Água –
Novas Tecnologias para Convivência com o Semiárido” pretende atender
três mil famílias de 20 municípios da região, a exemplo de Monte Santo,
Valente, Conceição do Coité e Cansansão.
A experiência em Serrinha deu ao prefeito, Osni Cardoso, o prêmio
Prefeito Empreendedor pelo Sebrae e vai servir de inspiração para o
governo federal na implantação em outras cidades. "A gente quando
apresentou o projeto ao Ministério de Desenvolvimento Social [MDS]
queria fazer algo não só para enfrentar a falta de chuva, mas que
funcionasse de forma estruturante na vida das pessoas", disse Cardoso.
O projeto está baseado em quatro ações: um aviário – com 78,4 metros
quadrados com uma área de pastejo de 110 m² para criação de 200 galinhas
“caipiras” em sistema semi-intensivo – uma horta de 92,3 m², um banco
de forragem de 116,7 m² para uso animal e cisternas com capacidade de 52
mil litros.
Para participar do projeto, as famílias precisam residir na zona rural e
comprovar a baixa renda. Famílias chefiadas por mulheres, e com maior
número de famílias de zero a seis anos, têm prioridade. Segundo Osni
Valente, mesmo que não chova na região, o projeto não fica ameaçado. “A
gente sabe que até aquela chuvinha rala faz volume quando você sabe
captar”, disse.