A assessoria de imprensa da Arquidiocese do Rio, detentora dos
direitos de imagem da estátua, diz que cenas são considerada uma injúria
contra a imagem do Cristo Redentor.
Foto: arquivo / Reuters
No trecho "Inútil Paisagem", Moura salta de asa-delta e, enquanto sobrevoa o Rio, fala com o Cristo sobre suas crises existenciais.
A assessoria de imprensa da Arquidiocese do Rio diz que a cena foi considerada uma injúria contra a imagem do Cristo Redentor. Por causa do veto, dado em abril, o filme será lançado em setembro com nove histórias e desta vez, sem a participação de Padilha.
Pedro Buarque de Hollanda, da Conspiração Filmes, produtora do longa, diz que o que o episódio é uma censura à liberdade de expressão e que houve diversas tentativas de reverter a decisão da Cúria, sem sucesso. "Não podemos entrar numa briga de anos na Justiça. A versão final tem que ser entregue aos distribuidores internacionais até agosto", diz.
O veto também foi criticado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, para quem, além de patrimônio da Arquidiocese, a estátua é também um ícone da cidade. Inaugurada em 1931, a estátua do Cristo Redentor virou um símbolo da cidade sob a guarda da Igreja.
O advogado Nelson Nery Jr. afirma que, pela Lei de Direitos Autorais, obras situadas permanentemente em locais públicos podem ser retratadas livremente. Por causa disso, diz, os produtores de "Rio, Eu Te Amo" não precisariam pedir autorização à Arquidiocese.
"Mas agora que pediram e foi negada, há um problema. Se usarem a imagem, a Igreja pode entrar com um processo de indenização contra eles", afirma.
Em 2010, a Arquidiocese exigiu indenização da Columbia Pictures pelo uso de imagens do Cristo Redentor no filme-catástrofe "2012", de Roland Emmerich, em que a estátua é destruída.