
Tragédia em mina pode, segundo correspondente da BBC, ser um teste para o premiê turco
A polícia nas cidades de Ancara e
Istambul, na Turquia, usaram bombas de gás e canhões de água para
controlar milhares de manifestantes que protestavam contra a explosão de
uma mina na quarta-feira, em que ao menos 274 pessoas morreram.
Os manifestantes pediam a renúncia do governo após o desastre – o pior do tipo na história do país.Equipes de resgate trabalham de forma intensa no local da tragédia. Cerca de 450 trabalhadores foram resgatados, de acordo com a operadora da mina, mas outras dezenas deles ainda estão desaparecidos. Acredita-se que um total de 787 mineiros estivessem no local no momento do acidente.
No entanto, nenhum sobrevivente foi retirado nas últimas horas. "Em relação à operação de resgate, posso dizer que nossas esperanças estão diminuindo", disse o ministro da Energi, Taner Yildiz, que está em Soma.
Ele afirmou que o incêndio provocado pela explosão continua queimando o interior da mina, mesmo 18 horas depois do acidente. O ar lá dentro está cheio de fumaça, e as mortes estão sendo provocadas por inalação do monóxido de carbono.
Vaias e chutes
Segundo a mídia local, os manifestantes em Soma chutaram o carro de Erdogan e gritaram frases pedindo sua saída, logo após o premiê dar uma entrevista coletiva.Ele foi vaiado assim que saiu do carro e, cercado por seus guarda-costas, teve de se refugiar em uma loja.
Já na capital Ancara, cerca de 800 pessoas marcharam da uma universidade até o Ministério da Energia para prostestar contra a tragédia. A polícia usou bombas de gás para tentar dispersar a multidão.
Os protestos em Istambul ocorreram na sede da empresa Soma Holding, responsável pela mina.
Erdogan também enfrentou críticas nas mídias sociais e foi chamado de insensível, após citar vários acidentes com minas no mundo, incluindo um na Grã-Bretanha ocorrido no século 19, para defender a atuação do governo turco nesse setor.
"Vamos investigar todos os aspectos desse desastre e não vamos permitir nenhum tipo de negligência", disse Erdogan.