Cientistas em Taiwan revelaram
como um besouro que tem a habilidade de mergulhar consegue segurar a
companheira embaixo d'água durante o acasalamento.
O estudo da Universidade Nacional Chung Hsing
revelou como as cerdas nas pernas do besouro macho se prendem às fêmeas
com minúsculas ventosas.Além de esclarecer como funciona a evolução em uma escala tão pequena, a descoberta também pode ajudar engenheiros na criação de dispositivos submarinos, principalmente os que envolvem manter objetivos embaixo d'água.
A equipe, liderada por Kai-Jung Chi, mediu diretamente a força de aderência dos "dispositivos de fixação" das cerdas nas pernas de duas espécies de besouros que têm a habilidade de mergulhar.
E, segundo Chi, a habilidade de fixação embaixo d'água é de importância vital para a sobrevivência do besouro.
"Assim que o acasalamento acaba, o macho precisa se separar da fêmea para conseguir oxigênio na superfície da água, senão ele morre. Em outras palavras: o besouro macho precisa se fixar e se soltar da fêmea o mais rápido possível", disse a cientista.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista especializada Interface.
Microscópico
O outro besouro examinado pelos cientistas tem um dispositivo que envolve ventosas circulares na ponta de cada uma das cerdas das pernas, que se parecem com desentupidores microscópicos.
Esses minúsculos desentupidores criam uma fixação mais forte, mas as cerdas mais primitivas também apresentaram algumas características especiais para garantir a aderência.
As cerdas mais primitivas têm canais minúsculos entre os pêlos, e este canais parecem "vazar" um líquido que funciona como uma cola.
O fato de estas cerdas apresentarem um poder de aderência menor e, por isso, se moverem pelo corpo da fêmea, significa que o besouro macho pode "resistir aos movimentos de natação da fêmea", que ela pode usar para tentar se livrar de algum macho indesejado.
Todas essas descobertas poderão, no futuro, ajudar a criar coisas como um velcro que possa ser usado embaixo d'água.