‘Greve da PM é mais uma demanda política-eleitoral do que da categoria’, insinua Wagner
O governador Jaques Wagner definiu que a greve da
Polícia Militar, anunciada na noite desta terça-feira
(15) – sob a liderança do vereador Marco Prisco (PSDB) e
do deputado estadual Capitão Tadeu (PSB) –, tem cunho
eleitoral. “Esse é um ano eleitoral e óbvio que há uma
contaminação, já que duas das lideranças são candidatas.
A greve da PM é mais uma demanda política-eleitoral do
que uma demanda da categoria, de fato”, insinuou o chefe
do Executivo, no primeiro pronunciamento sobre a
paralisação, em coletiva de imprensa na tarde desta
quarta-feira (16), na sede da Governadoria. Para o
gestor, ainda é “muito cedo” para mensurar os possíveis
danos eleitorais com o movimento paredista no pleito de
outubro. “Obviamente a população fica desconfortável com
a greve”, considerou. Wagner explicou que tentou,
pessoalmente, negociar com as associações da polícia.
Nos dias 10 e 11, ele mesmo apresentou a proposta
inicial para a categoria e ficou acertado que eles
voltariam com uma contraproposta. Em vez de dar um
retorno, os representantes resolveram marcar a
assembleia-geral. De acordo com o governador, não havia
negociação de reajuste salarial, mas sim de modernização
da corporação. Ele acrescentou que o Estado pagará, uma
parte em novembro deste ano e outra parcela em abril, a
GAP V, fruto da negociação com o movimento em 2012.
Segundo Wagner, com o reajuste linear, a categoria teria
ganho de 8% no total, o que deixaria os funcionários da
PM com o sexto maior salário da classe no país. “As
pessoas estão confundindo diálogo e negociação com falta
de autoridade. Vamos mostrar que essa autoridade existe
no Estado”, defendeu o gestor. Ele lembrou que já foi
concedida pela presidente Dilma Rousseff a Garantia da
Lei e da Ordem, para levar Exército e Força Nacional às
ruas, e recomenda que a população saia de casa. “Com as
Forças Nacionais, as pessoas vão retomar suas
atividades. Daqui até sexta-feira já vai existir um
clima de normalidade na cidade”, estimou. Após a
paralisação ser decretada ilegal pela Justiça baiana,
Wagner conta ter conversado com o ministro Joaquim
Barbosa, que declarou que o entendimento do Supremo
Tribunal Federal é de que as forças militares não têm
direito de fazer greve. “Nós temos que tratar como uma
coisa institucional”, estimou. O governador avalia que a
paralisação deste ano deve causar menos danos do que a
última decretada pelos policiais. “Esse ano a greve está
sendo menos danosa do que em 2012, porque os próprios
policiais causaram pânico. Esse ano, isso não está
acontecendo ainda”, considerou. Sobre as possíveis
punições acarretadas com a ilegalidade do movimento, ele
diz que serão abertos processos administrativos, no
Judiciário, que devem resultar desde absolvição a
exoneração dos envolvidos. Segundo Wagner, a nova lista
de reivindicações dos PM, prevista para ser entregue
nesta quarta (16), não foi enviada pela categoria. O
governador rejeitou a possibilidade de mudar o comando
da Secretaria de Segurança Pública e na Polícia Militar:
"Não tenho por hábito deslocar ninguém em situação de
crise e não tem nenhuma conversa nesse sentido".
(Informações do site Bahia Notícias)