Desaparecido há 12 anos, o biólogo paulista Afonso Constantino Coralov
pode ser o homem encontrado morto nesta segunda-feira (23) em Canudos,
no nordeste baiano. Ex-diretor da Sociedade Paulista de Zoológicos, ele
morava em um sítio em Mogi das Cruzes e, antes de desaparecer, teve seu
caso tratado com sequestro. Descendente de russos, Coralov, que tinha 56
anos, viveu há pelo menos três como andarilho na cidade do sertão da
Bahia. Desde 2002, no entanto, o biólogo consta como desaparecido no
cadastro da Polícia Civil. Moradores da Rua Belo Monte, em Canudos,
reconheceram o biólogo na foto do cadastro mostrada pela polícia. Além
disso, a comerciante Izaltina Vera Cruz, que deu abrigo e alimentação ao
andarilho, afirmou que o homem lhe confidenciou a data de nascimento –
que coincide com a Coralov –, e "que era diretor de uma instituição
importante e que uma decepção fez ele fugir". “Educadíssimo, uma pessoa
distinta. Nunca pareceu um mendigo. Era um andarilho”, contou a
comerciante. Segundo o delegado titular de Euclides da Cunha, Paulo
Jason – que responde também por Canudos – está certo de que se trata do
biólogo. “Resta apenas fazer a identificação das digitais. Mas tudo
indicar ser ele”, afirmou. Apenas um cunhado de Coralov, que viu a
notícia no site O Diário de Mogi, foi localizado. “Quase tenho um
enfarte. O problema é que os únicos vivos da família sou eu e minha
filha. Não temos condições de ir a Canudos”, disse Olímpio Dimitreva,
59. Em Canudos, Coralov se apresentava como Tarso Bandeira, segundo a
polícia nome do seu avô. Ainda não se sabe a causa exata da morte.
Acredita-se que Coralov morreu pelo abuso de álcool. As informações são
do Correio.