A
pesquisa mostra que 91% dos entrevistados concordam total ou
parcialmente com a prisão dos maridos que batem em suas esposas. O
estudo alerta, no entanto, que é prematuro concluir, com bases nesses
dados, que a sociedade brasileira tem pouca tolerância à violência
contra a mulher. “Há uma ambiguidade do discurso”, afirmam os autores.
Dos entrevistados, 63% disseram
concordar com a ideia de que “casos de violência dentro de casa devem
ser discutidos somente entre membros da família”.
Causou espanto entre os próprios
pesquisadores o fato de que 65% disseram concordar com a frase “mulheres
que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”, algo que
deixa claro para autores do trabalho a forte tendência de culpar a
mulher nos casos de violência sexual.
Para autores, um número significativo de
entrevistados parece considerar a violência contra a mulher como uma
forma de correção. A vítima teria responsabilidade, seja por usar roupas
provocantes, seja por não se comportarem “adequadamente.”
A avaliação tem como ponto de partida o
grande número de pessoas que diz concordar com a frase: se mulheres
soubessem se comportar, haveria menos estupros. O trabalho indica que
58,5% concorda com esse pensamento. A resposta a essa pergunta apresenta
variações significativas de acordo com algumas características.
Residentes das regiões Sul e Sudeste e os jovens têm menores chances de
concordar com a culpabilização do comportamento feminino pela violência
sexual.
A pesquisa não identifica
características populacionais que determinem uma postura mais tolerante à
violência, de forma geral. Os primeiros resultados, no entanto, indicam
que morar em metrópoles, nas regiões mais ricas do país, ter
escolaridade mais alta e ser mais jovem aumentam a probabilidade de
valores mais igualitários e de intolerância à violência contra mulheres.
Autores avaliam, porém, que tais características têm peso menos
importante do que a adesão a certos valores como acreditar que o homem
deve ser cabeça do lar, por exemplo.
Fonte: MSN Notícias