Primeiro transplante de pele em hospital da rede estadual é realizado em menina de 7 anos
A
rede própria da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) já realiza
transplante de pele, procedimento que, até então, só havia sido
realizado no Hospital Universitário Professor Edgar Santos, administrado
pelo Governo Federal. O primeiro transplante desse tipo na rede própria
estadual teve como paciente a pequena N.S.S., de apenas sete anos. Ela
recebeu alta nesta quarta-feira (24) e passou o Natal com a família,
como desejava.
A menina teve queimaduras em mais de
80% do corpo, sendo 50% de terceiro grau. Os primeiros atendimentos
foram realizados no município de Irará, a 130 quilômetros da capital.
Ela teve rosto e membros superiores e inferiores queimados após um
acidente doméstico com álcool. A criança estava internada no HGE desde
junho e o procedimento foi realizado no dia 28 de novembro.
“Cirurgias
como esta serão muito mais frequentes com o hospital novo [HGE2] porque
vamos ampliar o serviço”, explicou o cirurgião plástico Carlos Briglia,
responsável por realizar o procedimento no Hospital Geral do Estado
(HGE), em Salvador, e coordenador do Centro de Tratamento de Queimados
(CTQ) da unidade.
Sempre acompanhada dos pais, que se
revezam na rotina de hospital, N.S.S. tem realizado todo o tratamento
por meio Sistema Único de Saúde (SUS), que inclui, entre outros
procedimentos, sessões de fisioterapia. Também no HGE, a pequena N.S.S.
já realizou dois enxertos com a própria pele. A próxima enxertia deverá
ser realizada dentro de 15 dias.
Desde o acidente, Tatiana Ferreira, 36
anos, mãe da paciente, se afastou do trabalho em Irará, onde desempenha a
função de secretária. Há quase seis meses longe de casa, ela afirma que
tem recebido toda a assistência do apoio do hospital. “Desde que minha
filha chegou aqui ela está sendo muito bem tratada, cuidada. Todos os
procedimentos que ela precisa fazer, ela faz. Só tenho a agradecer a
toda equipe, dr. Carlos Briglia, dra Ana Bela”.
Já o pai, o representante comercial
Nilton César Campos, 43, não precisou deixar as atividades
profissionais, porém tem se desdobrado para dividir com a mulher a
atenção diária dada à filha. Ele afirmou que sente seguro com o
tratamento realizado na filha. “Acredito muito na competência dos
médicos que vêm realizando vários procedimentos nela. Exames, cirurgias,
tudo o que ela precisa, graças a Deus, está sendo realizado”.