Estadão Conteúdo
A Polícia Federal instaurou inquérito
para apurar o furto de uma caneta de ouro cravejada de brilhantes que
pertenceu ao ex-presidente Afonso Pena (1906/09). A relíquia fazia parte
do acervo do Museu da República, que fica no Palácio do Catete, zona
sul do Rio, e foi levada na tarde de terça-feira (2) de dentro de uma
das vitrines de exposição no terceiro andar. Nenhuma das 27 salas do
local tem alarme ou câmera de segurança.
Apenas 12 guardas fazem a segurança do
acervo da instituição.”Havia um visitante na sala em que a caneta estava
exposta. O vigilante percebeu que esta pessoa lia todas as informações
de maneira muito demorada. Por volta das 15 horas, o funcionário foi
para uma outra sala que havia recebido um grupo de visitantes. Foi nesse
momento que a caneta foi levada”, explicou a diretora do museu Magaly
de Oliveira Cabral Santos - mãe do governador Sérgio Cabral Filho
(PMDB).
Segundo ela, apesar de ser uma peça de
ouro com três brilhantes, a caneta tem mais valor histórico do que
monetário. A diretora acredita na possibilidade de que o furto tenha
ocorrido sob encomenda. “Infelizmente, temos colecionadores de obras que
não têm nenhum apreço pelo nosso acervo histórico”, lamentou a
museóloga. O furto no Palácio do Catete, que foi a sede da Presidência
da República de 1897 até a transferência da capital para Brasília em
1960, expõe a fragilidade do aparato de segurança da instituição.
De acordo com Magaly, um pedido para
aumentar o efetivo de segurança no museu foi encaminhado em 2010, mas a
proposta foi rejeitada pelo Ministério do Planejamento. Ela estima que
seria necessário ampliar em R$$ 8 mil a R$$ 9 mil a verba mensal
destinada para a contratação de vigilantes. A caneta furtada foi um
presente do Exército brasileiro a Afonso Pena em 1908. Na ocasião, o
então presidente promulgou leis em favor da instituição, como a que
determinava o ensino militar obrigatório nos colégios secundários.