Bruno Fernandes será julgado por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza
Belo Horizonte
O julgamento do goleiro Bruno Fernandes e sua ex-mulher, Dayanne Souza,
acusados de envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza Samudio,
deve durar pelo menos três dias, segundo previsão da juíza Marixa
Rodrigues. O júri está marcado para começar às 9h de hoje.
A
defesa de Bruno indica que ele poderá confessar, pela primeira vez, que
sabia da morte de Eliza e que Macarrão planejou o crime sozinho FOTO:
REUTERS
Ao todo, 12 testemunhas serão ouvidas durante o
julgamento, que ocorrerá no Fórum Pedro Aleixo, em Contagem, Região
Metropolitana de Belo Horizonte. Entre elas está o primo do goleiro
Jorge Luiz Lisboa, que era adolescente na época do crime, arrolado tanto
pela acusação como pela defesa.
A mãe de Sérgio Rosa Sales,
Célia Aparecida Rosa Sales, e uma amiga de Dayanne, Maria de Fátima Ruas
Souto dos Santos, foram chamadas para falar no plenário tanto pela
defesa de Bruno como de sua ex-mulher.
Bruno, preso na
Penitenciária Nelson Hungria, será julgado por homicídio, ocultação de
cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza. Já Dayanne responde em
liberdade às acusações de sequestro e cárcere privado.
Primeiro,
serão ouvidas as testemunhas arroladas pela acusação, depois as da
defesa. O promotor de Justiça Henry de Castro, do Ministério Público de
Minas Gerais, será o responsável pela acusação. Ele estará acompanhado
do advogado José Arteiro Cavalcante, contratado pela família de Eliza,
que poderá fazer perguntas aos convocados.
A defensoria é
composta pelos advogados Francisco Simim, que representa ambos os réus, e
Lúcio Adolfo da Silva, que defende o goleiro. A formação do conselho de
sentença é a primeira etapa do júri. Foram sorteadas 25 pessoas de uma
lista cadastrada no fórum. Também foram convocados 50 suplementares.
Todos deverão comparecer ao fórum hoje, quando serão sorteadas as sete
pessoas que serão os jurados e comporão o conselho.
No Tribunal
do Júri, o juiz coordena o julgamento e estabelece as penas de acordo
com a decisão do conselho de sentença, formado por sete jurados. Caso os
réus sejam considerados inocentes, ele os absolve e determina o alvará
de soltura.
Confissão
Bruno poderá
confessar, pela primeira vez, que sabia da morte de Eliza Samudio.
Deverá alegar, porém, que seu ex-assessor Luiz Henrique Romão, o
Macarrão, planejou todo o crime sozinho.
É essa a estratégia que
seu principal advogado, Lúcio Adolfo da Silva, indica que deverá adotar
no julgamento que terá início hoje.
Ele não dá como certa a utilização da tese. Garante que vai manter a versão de que Bruno não é o mandante.
O
trabalho para defender o goleiro Bruno se complicou desde novembro
quando Macarrão confessou o assassinato de Eliza e apontou seu ex-patrão
como o mentor do crime.
Para o Ministério Público, a confissão
de Macarrão, embora parcial (não quis entregar o assassino), só reforçou
a tese sustentada desde o começo de que Bruno é o mentor do crime.
Assim, a Promotoria vê a condenação como certa.
Para advogados
envolvidos no caso, essa delação é o principal indício contra Bruno. Até
então, o que mais pesava contra Bruno era o fato de ele ter mentido,
após um treino do Flamengo, de que fazia dois ou três meses que não via
Eliza.