segunda-feira, 4 de março de 2013

Julgamento de goleiro deve durar três dias

Bruno Fernandes será julgado por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza
Belo Horizonte O julgamento do goleiro Bruno Fernandes e sua ex-mulher, Dayanne Souza, acusados de envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza Samudio, deve durar pelo menos três dias, segundo previsão da juíza Marixa Rodrigues. O júri está marcado para começar às 9h de hoje.

A defesa de Bruno indica que ele poderá confessar, pela primeira vez, que sabia da morte de Eliza e que Macarrão planejou o crime sozinho FOTO: REUTERS

Ao todo, 12 testemunhas serão ouvidas durante o julgamento, que ocorrerá no Fórum Pedro Aleixo, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entre elas está o primo do goleiro Jorge Luiz Lisboa, que era adolescente na época do crime, arrolado tanto pela acusação como pela defesa.

A mãe de Sérgio Rosa Sales, Célia Aparecida Rosa Sales, e uma amiga de Dayanne, Maria de Fátima Ruas Souto dos Santos, foram chamadas para falar no plenário tanto pela defesa de Bruno como de sua ex-mulher.

Bruno, preso na Penitenciária Nelson Hungria, será julgado por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza. Já Dayanne responde em liberdade às acusações de sequestro e cárcere privado.

Primeiro, serão ouvidas as testemunhas arroladas pela acusação, depois as da defesa. O promotor de Justiça Henry de Castro, do Ministério Público de Minas Gerais, será o responsável pela acusação. Ele estará acompanhado do advogado José Arteiro Cavalcante, contratado pela família de Eliza, que poderá fazer perguntas aos convocados.

A defensoria é composta pelos advogados Francisco Simim, que representa ambos os réus, e Lúcio Adolfo da Silva, que defende o goleiro. A formação do conselho de sentença é a primeira etapa do júri. Foram sorteadas 25 pessoas de uma lista cadastrada no fórum. Também foram convocados 50 suplementares. Todos deverão comparecer ao fórum hoje, quando serão sorteadas as sete pessoas que serão os jurados e comporão o conselho.

No Tribunal do Júri, o juiz coordena o julgamento e estabelece as penas de acordo com a decisão do conselho de sentença, formado por sete jurados. Caso os réus sejam considerados inocentes, ele os absolve e determina o alvará de soltura.

Confissão
Bruno poderá confessar, pela primeira vez, que sabia da morte de Eliza Samudio. Deverá alegar, porém, que seu ex-assessor Luiz Henrique Romão, o Macarrão, planejou todo o crime sozinho.

É essa a estratégia que seu principal advogado, Lúcio Adolfo da Silva, indica que deverá adotar no julgamento que terá início hoje.

Ele não dá como certa a utilização da tese. Garante que vai manter a versão de que Bruno não é o mandante.

O trabalho para defender o goleiro Bruno se complicou desde novembro quando Macarrão confessou o assassinato de Eliza e apontou seu ex-patrão como o mentor do crime.

Para o Ministério Público, a confissão de Macarrão, embora parcial (não quis entregar o assassino), só reforçou a tese sustentada desde o começo de que Bruno é o mentor do crime. Assim, a Promotoria vê a condenação como certa.

Para advogados envolvidos no caso, essa delação é o principal indício contra Bruno. Até então, o que mais pesava contra Bruno era o fato de ele ter mentido, após um treino do Flamengo, de que fazia dois ou três meses que não via Eliza.