O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP) protocolou, na segunda-feira (1º), uma solicitação urgente para que a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) tentem mediar mais uma crise na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
"Hoje o sindicato foi comunicado formalmente do não pagamento pela Santa Casa e estamos pedindo uma reunião urgente com a Delegacia Regional do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho", informou a assessoria do Sindicato dos Enfermeiros.
Um dos diretores do sindicato, Péricles Cristiano Batista disse ao iG que a expectativa é de que “a DRT receba trabalhadores e os representantes da Santa Casa no dia 9 de dezembro. Só havia datas em janeiro, mas conseguimos agilizar”, explicou o dirigente.
Já no MPT, a perspectiva é de que a mesa de negociações seja montada em até 15 dias.
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O dirigente da SEESP disse que vem conversando com o Sindicato dos Médicos sobre a situação da Santa Casa (ambos são filiados à Central Única dos Trabalhadores) e que uma assembleia deve ser convocada para debater, inclusive, a possibilidade de greve.
“Conversei com a diretora de enfermagem da Santa Casa e ela me relatou que o atendimento está ocorrendo normalmente, mas que o clima é de revolta entre os trabalhadores. A má gestão estourou nos trabalhadores”, lamentou Batista.
Além da possibilidade de greve, outro ponto que deve ser debatido entre os enfermeiros da Santa Casa é a falta de perspectiva de pagamento da folha em janeiro.
“Há boatos de que a Santa Casa vai pagar apenas 40% do salário de dezembro e isso também será debatido na assembleia”, comentou Péricles Cristiano Batista.
Um profissional de medicina, que pediu para não ser identificado, comentou que “sequer há perspectiva sobre o pagamento dos salários de dezembro”, que devem ser pagos em janeiro de 2015.
A Santa Casa de Misericórdia mantém, além de uma unidade hospitalar na região central da capital paulista, contratos de gestão em unidades de atendimento de saúde com o estado e o município de São Paulo.
No começo do dia, o Sindicato dos Enfermeiros tinha uma informação extra-oficial de que apenas os trabalhadores que atuam em unidades que mantém contratos com o governo do estado foram afetadas pelo não pagamento. À tarde, Péricles Batista confirmou que a prefeitura da capital honrou com os repasses enquanto o governo do estado não.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde esclareceu que as seis unidades de saúde cuja gestão era compartilhada entre a pasta e a Santa Casa tiveram os contratos rescindidos em novembro passado. Atualmente, o estado de São Paulo e novas Organizações Sociais assumiram essas mesmas unidades e os repasses do 13º salário foram realizados normalmente.